Economia

Bancos públicos socorrem companhias de energia elétrica com empréstimos

De cada R$ 100 do socorro de R$ 6,6 bilhões às companhias, anunciado ontem pelo Ministério da Fazenda, R$ 68 sairão dos cofres do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil

Rosana Hessel
postado em 08/08/2014 09:11

Os bancos públicos foram obrigados a, mais uma vez, cobrirem boa parte do buraco no caixa das empresas de energia elétrica para conter o reajuste na conta de luz e evitar críticas ao governo às vésperas da eleição presidencial. De cada R$ 100 do socorro de R$ 6,6 bilhões às companhias, anunciado ontem pelo Ministério da Fazenda, R$ 68 sairão dos cofres do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil. Com essa operação, os empréstimos às concessionárias subiram para R$ 17,8 bilhões, o que representará aumento de quase 10% nas tarifas para os consumidores ao longo de três anos.

Segundo o Ministério da Fazenda, o custo do novo empréstimo será maior do que o fechado meses atrás, de R$ 11,2 bilhões. Os juros foram fixados em 2,35% ao ano acima da variação do Certificado de Depósito Interbancário (CDI) contra 1,9% do financiamento anterior. O pagamento dos R$ 6,6 bilhões só começará em outubro de 2015. ;Como essa é uma operação subordinada, tende a ser mais cara;, afirmou o secretário executivo da pasta, Paulo Rogério Cafarelli. Ele destacou que o BNDES entrará com R$ 3 bilhões no negócio e a Caixa e o BB, com R$ 750 milhões cada um. O restante do empréstimo será bancado por Bradesco, Itaú, Santander, BTG Pactual e Citibank.

Caffarelli não explicou por que as instituições públicas acabaram arcando com a maior fatia do socorro às distribuidoras. Disse apenas que ;o BNDES quis entrar na operação;. Fontes do mercado afirmaram que foi difícil convencer os banqueiros privados a participarem do pool, dado o aumento da desconfiança na economia e do risco alto das operações.



Segundo o secretário, outras seis instituições ainda podem aderir ao pool, incluindo as três que participaram em abril: JP Morgan, Credit Suisse e Bank of American (BofA). ;Poderá chegar a 13 bancos (comerciais). Esperamos que possam vir até o dia 15, quando será feito o desembolso da primeira parcela;, disse Caffarelli.

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