Economia

Técnicos do Banco Central cruzam os braços por 48 horas em todo o Brasil

Esta será a quarta paralisação da categoria no ano

postado em 15/09/2014 17:05
Técnicos do Banco Central devem cruzar os braços por 48 horas, a partir da zero hora desta terça-feira, 16/09. Com a paralisação, ficarão prejudicados os serviços de atendimento ao público e a segurança das unidades do órgão espalhadas pelo país.

A área mais afetada, no entanto, será a de meio circulante. ;Inclusive, o BC já cancelou o transporte de numerário do Rio de Janeiro para as demais praças do banco;, avisou o vice-presidente do Sindicato Nacional dos Técnicos do Banco Central (SintBacen), Willekens Brasil. A previsão da entidade é que todos os 682 técnicos do órgão que estão na ativa cruzem os braços, a partir de amanhã.

[SAIBAMAIS]Esta será a quarta paralisação da categoria no ano. As duas primeiras ocorreram em abril, mas duraram poucas horas. Em maio, o movimento cruzou os braços por 24 horas. Agora, a greve será por dois dias ininterruptos, até a quarta-feira.

Os técnicos pedem a modernização da carreira de técnico, com ampliação de salários e dos critérios de acesso, como a exigência de concurso público de nível superior. ;Nossa luta é para que o Banco Central tenha o mesmo tratamento que órgãos como a Receita Federal, a Polícia Federal e a Polícia Militar, onde só se contrata servidores com nível superior;, avisou o vice-presidente do SintBacen.



Com a mudança nos critérios de entrada, a categoria pleiteia também uma ampliação nos vencimentos. Hoje, segundo informou Brasil, o salário-base de um técnico do BC em fim de carreira é de aproximadamente R$ 11,4 mil, aproximadamente 42% do que ganha um analista do banco, com vencimento médio de R$ 20 mil, também em fim de carreira.

O sindicato pretende elevar esse vencimento para R$ 12,4 mil, o que equivale elevar o salário-base para 62% do valor já recebido pelos analistas. Trata-se de um pleito antigo. ;Em 2004 e, novamente, em 2008 o BC e o (Ministério do) Planejamento assinaram acordo para modernizar a carreira, onde já previa essa ampliação, mas os acordos foram descumpridos;, disse Brasil.

Outra queixa da categoria diz respeito a um suposto desvio de função entre funcionários, com analistas executando o trabalho de técnicos. ;A Lei 9650, no artigo 5;, transcreve as atribuições dos técnicos, e o que vemos hoje é que há muitos analistas realizando esses trabalhos, que são de áreas meio, o que gera, inclusive, desperdício de dinheiro para o BC.;

Cálculos do SintBacen dão conta que o gasto extra devido ao desvio de função chegaria a R$ 17 milhões, levando em conta apenas o trabalho realizado na Procuradoria do banco e na área de atendimento ao público. ;Foi feito um trabalho técnico e jurídico, onde se constatou o desperdício de dinheiro público. É preciso corrigir isso já;, decretou o sindicalista.

Os técnicos já manifestaram intenção de conversar com o presidente do BC, Alexandre Tombini, que também é servidor de carreira do órgão. ;Já fizemos uma solicitação de audiência com ele. Agora vamos esperar para ver se ele nos atende;, assinalou.

O BC foi procurado, mas ainda não se manifestou a respeito da paralisação.

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