Economia

Eike nega ter voltado à classe média e diz que não teme fazer parte dela

Durante entrevista, quando perguntado sobre ainda ter o sonho de ser um dos homens mais ricos do mundo, Eike disse que foi educado como um garoto de classe média

Marina Rigueira
postado em 19/09/2014 15:59
Durante entrevista, quando perguntado sobre ainda ter o sonho de ser um dos homens mais ricos do mundo, Eike disse que foi educado como um garoto de classe média

Acusado de crimes contra o mercado de capitais, o empresário Eike Batista decidiu quebrar o silêncio de um ano e meio na última quarta-feira. Em uma entrevista em seu escritório no Flamengo, Zona Sul do Rio de Janeiro, Segundo o jornal Folha de S. Paulo, Eike, que já foi o sétimo homem mais rico do mundo, declarou que voltar à classe média seria um "baque". No entanto, nesta sexta-feira, o empresário usou o Twitter para explicar o que disse.

"Esclarecendo: A menção à classe média referia-se à sua capacidade (da classe média) de adaptar-se a situações adversas!! Não foi analogia com minha atual situação financeira... Falava da origem da minha família e dos desafios que tenho enfrentado, querendo dizer que não temo voltar a ela! Eike", explicou na rede social. Até às 14h foram mais de mil retweets da postagem do empresário na rede social. Os comentários dos seguidores de Eike no Twitter foram em tom de brincadeira e apoio.

[SAIBAMAIS]Durante a entrevista, quando perguntado sobre ainda ter o sonho de ser um dos homens mais ricos do mundo, Eike disse que foi educado como um garoto de classe média. "Diz o ditado que, quando você nasceu na Tijuca, não sai da Tijuca. Sempre fui classe média e isso não sai de você. Por isso que eu trabalho hoje como sempre trabalhei", afirmou.

Na última quarta, Eike ainda reclamou de só ter os projetos de infraestrutura reconhecidos no exterior e admitiu que, se pudesse voltar ao passado, não tocaria tantas empresas ao mesmo tempo. "Lá fora sou admirado(...) No Brasil, eu tenho apanhado bastante", afirmou. Eike diz ter hoje um patrimônio negativo de US$ 1 bilhão e receber um pró-labore do fundo soberano de Abu Dabi Mubadala, que tem participação no grupo X.

Questionado se teria se sentido abandonado pelo fato de o grupo X ter estado muito próximo do governo, mas ter perdido, com a crise o apoio financeiro do BNDES, Eike disse preferir afirmar que a falha mesmo foi apostar tantas fichas em um negócio de risco, a OGX. "Como ela criou uma desconfiança grande, depois pedir ajuda (do governo) não fazia sentido. Sempre fui muito independente. As pessoas atribuem uma ligação com o governo Dilma que não teve. Meus projetos beneficiam o Brasil sim, por isso o BNDES botou dinheiro", disse.

Em relação ao pedido da Justiça de bloqueio de US$ 1,5 bilhão de suas contas e ao valor atual de seu patrimônio, Eike contou que está em menos de US$ 1 bilhão. O empresário disse que tem uma casa no Jardim Botânico, outra de um dos dois filhos ao lado, uma doação que fez para a Flávia (Sampaio, esposa), sua casa e uma lancha em Angra dos Reis. "Eu me tornei um funcionário dessa massa de dívida", disse.

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