Economia

Estatal gaúcha adia reajuste da energia como manobra eleitoreira

De olho na eleição, governo do RS consegue adiar o anúncio de aumento na conta de luz de sua controlada, ao torná-la inadimplente

Simone Kafruni
postado em 22/10/2014 06:02
A Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), do Rio Grande do Sul, engrossou a lista de manobras eleitoreiras para não perder votos no próximo domingo. A estatal controlada pelo governo gaúcho recorreu a um mecanismo previsto em lei para adiar o reajuste tarifário, que deveria ser decidido ontem pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para entrar em vigor em 24 de outubro, dois dias antes da eleição na qual o governador Tarso Genro (PT) disputa a reeleição. Primeiro, tentou trocar a data de aniversário do aumento, depois se tornou inadimplente para não ter o aumento autorizado, mesmo que possa ser multada por isso.


O presidente da Aneel, Romeu Rufino, explicou que a CEEE havia solicitado um adiamento da data do reajuste, de outubro para fevereiro. A agência, contudo, não viu razão para a mudança. A companhia entrou com recurso. ;O relator não levou a análise ao colegiado em tempo de ser avaliado antes do reajuste;, informou Rufino. A Aneel, então, determinou a deliberação do processo em condições normais. ;Isso seria feito hoje (ontem), mas existe uma regra. Quando a empresa está inadimplente com obrigações setoriais, não pode aplicar reajuste;, disse.

No pleito feito ao órgão regulador, a CEEE solicitou 34,99% de reajuste. Os cálculos foram feitos pela área técnica da Aneel, que autorizou 28,28% de aumento. Entretanto, o índice só será aplicado, sem efeito retroativo, quando ficar comprovado que a CEEE pagou os encargos. Indagado se a Aneel avalia o cunho eleitoreiro dos pedidos, o diretor do órgão preferiu não comentar. ;Cabe a empresa explicar. A agência avalia a questão técnica;, respondeu.

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