Economia

Diminuição dos gastos de consumidores afeta expansão de cartões de crédito

Apesar da retração de despesas das famílias, a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) acredita que indústria manterá o crescimento de dois dígitos pelos próximos anos

Rodolfo Costa
postado em 05/11/2014 18:39
Endividadas e com o orçamento corroído pela elevada inflação e o encarecimento dos juros, as famílias brasileiras estão gastando menos. O baixo ritmo da economia já é sentido pelo setor de meios de pagamentos eletrônicos, que deve fechar 2014 em R$ 1 trilhão em transações com cartões de crédito e débito. Apesar de expressivo, o valor deve representar crescimento de 17,23% em relação ao ano anterior, o menor da série histórica. Para 2015, a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) espera um aumento ainda mais baixo, de 14,9%.

Contudo, o setor, que já apresenta queda do volume de transações desde 2012, ainda mostra otimismo. O diretor-presidente da Abecs, Marcelo Noronha, acredita que a indústria manterá a tendência de crescimento de dois dígitos pelos próximos anos. ;O consumidor está substituindo outros meios de pagamento pelos cartões;, disse.

Noronha destacou que, influenciado pela estabilidade do emprego e renda e da continuidade de migração dos meios de pagamento, o setor registrou no terceiro trimestre deste ano uma expansão de 13,2% no valor de transação em relação ao mesmo período do ano anterior. ;No Brasil, o cartão se consolidou não só como meio de pagamento, mas como ferramenta de financiamento. A exceção dos empréstimo para habitações, cerca de 53,1% das concessões para custeio de bens e serviços no país foram feitas com cartões de crédito;, afirmou.

Dados da Abecs indicam que, quando usado para pagamentos em parcela única, o ticket médio do cartão de crédito é de R$ 50. ;Isso significa dizer que os consumidores não estão pagando só com débito, mas usando o dinheiro de plástico para comprar produtos de valor baixo e acumular pontos de milhagem;, observou Noronha. Em parcelamentos sem juros de bens duráveis, o ticket médio sobe para R$ 259. No primeiro semestre do ano, as operações com cartão de débito e crédito representaram 27,8% do consumo das famílias.



Com medo de se endividar, 85% das pessoas têm pago o valor integral da fatura do cartão. ;Do restante, 9% optam por parcelar, 3% pagam o valor mínimo e 2% desembolsam outro valor. Apenas 1% dos consumidores deixam de honrar com o compromisso;, contou o representante da Abecs.

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