Economia

Trabalhadores da saúde pública britânica fazem greve por salários

Parteiras, enfermeiros e funcionários da limpeza dizem ter perdido 12% de seu poder aquisitivo em anos

Agência France-Presse
postado em 24/11/2014 11:03
Londres - Os trabalhadores da saúde pública britânica realizaram nesta segunda-feira (24/11) uma greve para exigir um aumento de seus salários, a segunda em poucas semanas após mais de três décadas sem protestos. Onze sindicatos do NHS (Serviço Nacional de Saúde) convocaram esta greve de 4 horas, aos quais se somaram parteiras, enfermeiros e funcionários da limpeza. A greve anterior, a primeira desde 1982, ocorreu no dia 13 de outubro.

O governo de David Cameron - uma coalizão entre conservadores e liberais com maioria dos primeiros - implantou duras medidas de austeridade desde que chegou ao poder, em 2010, e os funcionários do NHS dizem ter perdido 12% de seu poder aquisitivo em anos. "A indignação está se estendendo, como também o apoio à causa dos funcionários da saúde pública", explicou Dave Prentis, líder do sindicato Unison, em um ato de protesto em Londres.



Especialmente significativo é o caso das parteiras, associadas no Colégio Real de Parteiras (RCM), que entram em greve pela primeira vez em seus 133 anos de existência. O NHS tem 1,3 milhão de funcionários na Inglaterra. Apenas o exército chinês, as ferrovias indianas e a rede de supermercados Wal-Mart têm mais funcionários, segundo o governo britânico. Criado em 1948 e financiado com impostos, o NHS foi um marco no estado de bem-estar e fornece cobertura de saúde universal e gratuita.

As greves ocorrem alguns meses antes das eleições gerais de maio de 2015, e o futuro do NHS aparece como o grande tema de campanha. A oposição trabalhista acusa os conservadores de querer desmantelar este serviço público, algo que Cameron nega.

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