Economia

Aécio: indicação de Joaquim Levy é como nomear agente da CIA na KGB

Brincando com jornalistas, Aécio disse que nomeação de Joaquim Levy, cotado para a Fazenda, era como "nomear um grande quadro da CIA para dirigir a KGB". Tucanos ameaçam entrar com Adin contra mudança da meta do superavit se ela for aprovada

Rosana Hessel
postado em 25/11/2014 18:09
O senador e ex-candidato à presidência Aécio Neves (PSDB-MG) comentou a possível nomeação do economista Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda. ;A mais adequada foi uma consideração que fez o meu amigo Armínio Fraga, que disse que via na nomeação de Joaquim Levy algo como se um grande quadro da CIA fosse convocado para dirigir a KGB;, disse ele, referindo-se aos serviços secretos dos Estados Unidos e da antiga União Soviética (URSS).

O comentário bem humorado de Aécio mira no perfil mais conservador de Levy, que chegou a integrar a equipe econômica do ex-presidente Fernando Henrique (PSDB). O senador Aécio Neves (PSDB-MG) garantiu também que a oposição deverá entrar com uma ação de inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) se o Congresso Nacional aprovar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) no Plenário do Congresso Nacional, cuja sessão extraordinária está em andamento desde às 15h27.

A pauta no entanto está trancada com 38 vetos presidenciais que precisam ser analisados e os parlamentares da oposição tentam discutir item por item e a base governista que fazer uma votação única, em bloco.

;O que está se fazendo é inconstitucional. Não pode ter como norma, no momento em que há um descumprimento de uma legislação, modificar essa legislação. Você estabelece a ditadura da maioria;, afirmou Aécio pouco depois de deixar a sessão. ;Com que autoridade pode-se cobrar agora dos prefeitos o piso de investimento de educação ou que os estados cumpram os investimentos em saúde se o governo federal descumpre o seu? O PT deseduca o Brasil em todos os sentidos. Morais, institucionais, e o lamentável é que faz isso com a concordância da maioria da Casa;, afirmou o senador.

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O relatório do projeto de lei (PLN 36), que elimina a meta fiscal do governo para 2014, foi aprovada na madrugada desta terça-feira na Comissão Mista de Orçamento (CMO) pelo placar de 23 votos a favor e seis contra, após mais de três horas de reunião, sob protestos de manifestantes que não puderam entrar na sala por determinação da presidência da Comissão. O texto foi encaminhado para a reunião extraordinária de hoje no Congresso.

Mandado

Nesta manhã, o PSDB entrou com um mandado de segurança no STF com pedido de liminar para suspender a tramitação do PLN 36, que acaba com a meta de superavit primário. ;O projeto, aprovado na madrugada desta terça-feira na Comissão Mista de Orçamento (CMO), é uma vergonhosa tentativa do Governo Dilma Rousseff de alterar a LDO, com o objetivo único e exclusivo de livrar a Presidente da República de responder por crime de responsabilidade, conforme previsto no art. 10, itens 4 e 5, da Lei 1.079, de 1950 (Lei dos Crimes de Responsabilidade do Presidente e vice-Presidente da República e Ministros);, diz a nota divulgada pelo PSDB assinada pelo coordenador jurídico do partido Carlos Sampaio.

As tentativas de obstrução da oposição durante a sessão desta tarde no Congresso foram sendo atropeladas pelo presidente da Casa, o senador Renan Calheiros, que colocou as cédulas para votação enquanto os parlamentares se manifestavam sobre os vetos.

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