Economia

IBGE divulga nesta sexta nível da atividade econômica de julho a setembro

Expectativa é de uma saída da recessão, com avanço leve, incapaz de salvar 2014

postado em 28/11/2014 08:32
Os novos ministros da equipe econômica saberão hoje o tamanho do desafio que terão pela frente na dura tarefa de resgatar a confiança de empresários, investidores e famílias, além de recolocar o país nos trilhos do crescimento. A expectativa dos comandantes da política econômica no segundo mandato do governo Dilma Rousseff é que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sinalize que a economia voltou a crescer, após entrar em recessão técnica na primeira metade do ano.

Troyjo, da Columbia University, receia que a reação da economia no terceiro trimestre tenha efeito nulo no ano

As apostas são que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha registrado expansão de 0,1% a 0,2% no período entre julho e setembro. O avanço modesto, contudo, é insuficiente para reverter os maus resultados do ano, uma vez que a atividade encolheu dois trimestres seguidos e nada indica, por enquanto, que a melhora recente represente forte retomada do crescimento. Para 2014, as estimativas ainda são desoladoras. Na melhor das hipóteses, dizem analistas, o país conseguirá avançar só 0,2%.

Isso se o PIB do terceiro trimestre vier positivo, o que nem sequer é consenso entre analistas de mercado financeiro. ;Nossa projeção é de um crescimento nulo no terceiro trimestre;, informou o economista-chefe do Banco Modal, Alexandre de Ázara. ;Na verdade, a aposta é de crescimento zero com grandes chances de o resultado vir negativo, devido à falta de confiança, que ainda continua bastante elevada;, acrescentou.

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A maior parte dos analistas que acredita em crescimento do PIB no terceiro trimestre avalia que o resultado seria puxado pelo consumo do governo, que acelerou de julho a setembro, justamente durante o período pré-eleitoral. Não à toa, o Tesouro registrou rombo no caixa por cinco meses seguidos. Por isso, há especialistas que apostam em aumento da participação já elevada do governo sobre o PIB. Nos últimos quatro trimestres, até junho, o consumo do setor público se expandiu. No acumulado do ano, a elevação contabilizada pelo IBGE já é de 2,1%.

Grau de investimento


Se essa sangria não estancar, conforme prometeu tanto o futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o país poderá perder o selo de grau de investimento já nos primeiros meses de 2015. O alerta já foi feito por uma das três maiores as agências de classificação de risco do mundo, que passaram a analisar as contas públicas do Brasil com lupa diante de tantos maus resultados apresentados.

Enquanto os gastos da União não param de crescer, o consumo das famílias desacelera em meio à escalada da inflação e dos juros ao consumidor, que estão no maior patamar em três anos. No primeiro trimestre do ano, gastos das famílias encolheram 0,2%. Nos três meses seguintes houve pequeno avanço (0,3%), resultado que praticamente só recuperou o tombo registrado anteriormente.

Sem o motor do consumo, o crescimento empacou. Ainda que tenha o IBGE mostre, hoje, alguma melhora da atividade no terceiro trimestre, ela não será suficiente para mudar o quadro geral, assinalou Marcos Troyjo, professor da Columbia University, em Nova York. ;A gente saiu da recessão técnica, mas o PIB ainda está beirando o zero;, refletiu. Ázara, por sua vez, projeta para o quatro trimestre forte queda da atividade, superior a 1%. ;No ano, o desempenho seria nulo;, decretou.

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