Economia

Ideia de vender ações da Caixa não anima o mercado

Como sugestão da nova equipe econômica, Dilma anuncia que governo estuda a abertura de capital da CEF, mas diz que medida será efetivada a médio ou longo prazo

Rosana Hessel, Paulo de Tarso Lyra
postado em 23/12/2014 06:02
Ao anunciar nessa segunda-feira (22/12) que pretende abrir o capital da Caixa Econômica Federal, mas sem precisar exatamente quando, a presidente Dilma Rousseff não animou o mercado, que prefere esperar para ver se essa medida realmente vai se concretizar. Em meio ao escândalo de corrupção na Petrobras, um dos papéis com maior liquidez na Bolsa de Valores de São Paulo, especialistas demonstraram ceticismo porque o momento atual não é propício para que uma empresa faça um IPO (sigla do inglês Initial Public Offering). ;O mercado ficou meio cético em relação a essa informação. O governo não detalhou a operação, e o quadro atual da bolsa está muito complicado para esse tipo de anúncio. Ninguém está fazendo IPO no momento porque o mercado está muito instável;, disse uma fonte do mercado financeiro.

O economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, acredita que o anúncio possa ser uma sinalização positiva de Dilma para tentar melhorar a área fiscal, apesar de a nova equipe econômica ainda não ter detalhado o tamanho do ajuste que será feito em 2015. ;Tentar capitalizar a Caixa quando se sabe que o Tesouro Nacional não vai poder continuar fazendo aportes nos bancos públicos é um sinal de que o aperto fiscal será para valer;, explicou. Na avaliação de Perfeito, a Caixa tem atributos interessantes e uma carteira de clientes desejável e despertaria o interesse de investidores. ;Mas o momento atual não é propício. O mercado não está bom. Acredito que esse IPO poderia ser feito a partir do segundo semestre de 2015;, apostou. ;O importante é esperar condições mais favoráveis e esperar que a bolsa volte a subir para fazer a oferta de ações;, afirmou.

No entanto, ele teme que o governo faça como fez com a abertura de capital da Petrobras, e não abra mão do controle societário para continuar viabilizando os programas de inclusão social financiados pela Caixa. ;Isso poderá afugentar os investidores mais desconfiados;, disse Perfeito. (RH)

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