Economia

Felizes com o sucesso, microempreendedores recusam-se a ampliar os negócios

Eles acreditam que a garantia do sucesso está justamente no tamanho que ostentam

Antonio Temóteo, Vicente Nunes
postado em 27/12/2014 07:05
Eles acreditam que a garantia do sucesso está justamente no tamanho que ostentam

No mundo dos negócios, ser pequeno sempre foi motivo de constrangimento. Não à toa, muita gente meteu os pés pelas mãos a fim de se afastar desse estigma. Hoje, porém, ser pequeno virou motivo de orgulho. Nada de estruturas inchadas, filiais e batalhão de empregados que possam levar ao fracasso. ;Trata-se de uma importante mudança de mentalidade;, diz Carlos Thadeu de Freitas Gomes, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC). ;É essa visão que está fazendo com que um número maior de negócios sobreviva aos dois primeiros anos de vida;, acrescenta.

[SAIBAMAIS]Juntos, porém, os pequenos têm tamanho de gigante. São 9,5 milhões de firmas registradas no país, o correspondente a 99% do total de empresas, que respondem por 27% do Produto Interno Bruto (PIB). No varejo, informa Roque Pellizzaro, presidente da Confederação Nacional dos Lojistas (CNDL), 86% são considerados pequenos. Têm apenas um ponto de venda, com, no máximo, 100 metros quadrados e nove funcionários. ;Estamos falando de uma tropa que só tem empurrado o Brasil para a frente, apesar de a conjuntura econômica nem sempre ajudar;, afirma.

Para o estilista Jô Pires, a liberdade de tocar sua empresa sozinho elimina a preocupação com a burocracia e estimula a criatividade. ;Não há a menor possibilidade de querer ser maior do que eu sou;, enfatiza. ;Essa convicção é sinônimo de sucesso;, ressalta Antônio Valdir Oliveira Filho, diretor superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) no Distrito Federal. ;Se ele se satisfaz com o tamanho que tem, não há por que querer inventar. Em muitos casos, quando se busca a expansão, o modelo de negócios se perde;, explica. ;Ser pequeno é o segredo do sucesso de muitos empreendedores;, emenda.

Na marcenaria que toca há duas décadas, Francisco das Chagas Ferreira de Sousa, conhecido como Careca, sente arrepios quando alguém lhe propõe aumentar os negócios. ;Minha estrutura é pequena por convicção. O importante para o sucesso é a qualidade do produto. E isso eu tenho de sobra;, garante. Para Fillipe Morales, dono de uma loja de materiais de construção, ser pequeno permite oferecer atendimento personalizado. O resultado, diz, é o crescimento consistente das vendas. Aos que desdenham dos negócios de menor porte, Wandler da Cunha, fabricante de instrumentos musicais, dispara: ;Pequeno, sim. E daí?;.

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