Economia

Planalto tenta reduzir derrotas no Congresso usando estatais

Paulo Silva Pinto
postado em 10/02/2015 06:01

Ao mesmo tempo em que tenta convencer a população de que está agindo para limpar a corrupção que destrói a Petrobras, o governo dá sinais de que vai escancarar as portas das demais estatais para acomodar políticos mais preocupados em ter poder do que em proteger o patrimônio público. Totalmente fragilizada no Congresso Nacional, onde enxergava o potencial de acumular sucessivas derrotas, a presidente Dilma Rousseff avisou que permitirá a livre nomeação nos escalões menores do governo pelas legendas que lhe garantirem fidelidade nas votações de interesse do Executivo, ou seja, vai tentar reduzir entraves, agravando o que está na origem de todos os males do país.

A prática de desviar dinheiro de contratos milionários para campanhas políticas ou diretamente para o bolso de políticos corre o risco de crescer, frustrando quem espera uma grande depuração moral depois do escândalo da Petrobras, o maior até hoje envolvendo uma estatal. ;Esse temor sempre faz sentido. O maior problema é que o número de cargos é muito grande e os partidos não têm quadros;, afirmou a professora de Ciência Política Andréa Freitas, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Falcatruas

A estratégia é, em larga medida, uma resposta à derrota política fragorosa na eleição para presidente da Câmara, com a eleição do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que disputou o cargo com Arlindo Chinaglia (PT-SP). As estatais preferidas pelos parlamentares são a Eletrobras e os Correios, que, embora não se envolvam em obras tão caras, têm grandes licitações de compras de insumos. É também o caso da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Algumas dessas empresas foram palco de falcatruas recentes (leia quadro).

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