Economia

Dilma diz que fala de Levy sobre desoneração da folha foi "infeliz"

Em solenidade no Uruguai, a presidente declarou que medida é "é um instrumento que vai permanecer"

postado em 28/02/2015 15:22
Durante a inauguração do Parque Eólico Artilleros em Colônia, no Uruguai, a presidente Dilma Rousseff afirmou, neste sábado (28/2), que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, foi ;infeliz; por ter declarado que a "brincadeira" da desoneração da folha de pagamento de segmentos empresariais custa R$ 25 bilhões por ano e é "extremamente cara". O comentário de Levy foi feito nessa sexta-feira (27/2), durante o anúncio de um pacote de aumento de impostos e redução de benefícios a empresas.

Dilma participou da solenidade ao lado do presidente uruguaio José Mujica

A presidente contestou a declaração do ministro durante entrevista em Colonia do Sacramento, no Uruguai, antes de participar da inauguração de um parque eólico resultante de parceria entre as estatais brasileira Eletrobras e uruguaia UTE. Ela afirmou que a desoneração da folha "é hoje uma realidade" e pode ser ajustada "para cima ou para baixo", de acordo com a conjuntura econômica. "O que nós garantimos é que haja um reajuste das condições. [A desoneração] será sempre um instrumento e não é um instrumento pura e simplesmente de ajuste fiscal. É um instrumento que vai permanecer", afirmou.



Na solenidade, ao lado do presidente uruguaio José Mujica, Dilma fez um discurso em defesa da integração da América Latina. "Nós temos a obrigação de nos esforçar para nos unirmos, de tomar todas as providências para que possamos desfrutar de sermos um continente com grande riqueza.

Cumprindo metas
Ontem, Joaquim Levy afirmou que acredita que o governo tem o "suficiente" para conseguir cumprir a meta de superávit primário deste ano. Questionado sobre as dificuldades para conseguir alcançar a meta, o ministro respondeu: "Hoje, acreditamos que temos o suficiente para chegar lá. Ao final de quadrimestre, a lei nos indica a tomar as medidas cabíveis. Não adianta fazer especulação antes da hora", disse.

Levy fez questão de ressaltar que, no Brasil, existe um mecanismo de reprogramação quadrimestral, previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal, que exige uma avaliação se o governo está no caminho correto para o cumprimento da meta fiscal. "Meu entendimento hoje é de que temos todas as condições de alcançar a meta, mas a lei prevê mecanismo de reavaliação periódica e ordena que, se houver desvios, o gestor tem que tomar as providências adequadas para o cumprimento da meta. Nós pretendemos seguir essa orientação", disse.

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