Economia

Para Monteiro, acordo com os EUA está em primeiro lugar

Ministro sinaliza que país vai priorizar acordos bilaterais. Próxima reunião entre ministros acontecerá ainda em março

Rosana Hessel
postado em 03/03/2015 15:06
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Armando Monteiro, do sinalizou que a diplomacia brasileira pretende finalmente olhar com mais afinco para acordos comerciais bilaterais com parceiros estratégicos. Ele reforçou que o primeiro da lista são os Estados Unidos, país que foi o primeiro que ele visitou após assumir a pasta.

;Os Estados Unidos são um mercado importantíssimo. Estive em primeira vista e definimos uma agenda de curto prazo que vai no sentido da convergência regulatória. No que diz respeito ao mercado americano, a questão tarifaria não é relevante já que as tarifas é baixa;, destacou o ministro durante entrevista coletiva no Palácio do Itamaraty, nesta terça-feira (03/03). Segundo ele, a próxima reunião bilateral do grupo para a agenda comum está prevista para 18 de março e tem como objetivo avançar para a visita de Estado que a presidente Dilma Rousseff fará ao presidente dos EUA, Barack Obama em setembro.

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;Encontramos uma receptividade de uma aceitação da agenda proposta e estamos otimistas em relação ao mercado americano tendo em vista que o mercado volta a crescer e que ha uma característica muito importante;, disse ele lembrando que, com a crise financeira da Argentina, principal destino dos manufaturados brasileiros, os EUA ocuparam recentemente este posto e hoje 75% da pauta exportadora brasileira é de manufaturados e semimanufaturados. ;Os EUA despontaram como principal destino e portanto a nossa estratégia, sem diminuir a importância dos demais, o mercado americano terá uma consideração prioritária;, afirmou Monteiro sinalizando que as negociações de liberalização da Rodada Doha, na Organização Mundial do Comércio (OMC), que estão travadas desde 2008, não foram abandonadas mas estão em segundo plano.

Dólar
Monteiro demonstrou otimismo com relação ao dólar mais caro para assim conseguir equilibrar a balança comercial uma vez que o Mdic espera superavit este ano após o rombo histórico de US$ 3,9 bilhões em 2014. ;O câmbio é dado importante para importação e exportação. O efeito câmbio será importante na balança este ano;, disse. ;O câmbio já faz efeito no engajamento de esforço exportador e abaixa das commodities nos favorece. Conta que mais isoladamente resultou em déficit foi A conta petróleo. Em dois anos nos produziu um deficit de US$ 40 bilhões. Seguramente, com a queda do preços do petróleo vamos ter um resultado mais favorável este ano;, destacou.
O ministro minimizou o deficit da balança comercial de fevereiro, de R$ 2,8 bilhões, o pior resultado para o mês em 35 anos. ;Estamos no começo do ano, e, comparando com anos anteriores, temos volumes muito menores na exportação de soja, portanto ainda não deve justificar o desempenho do setor exportador;, disse.

Reintegra
Apesar da preocupação dos exportadores com a redução da alíquota do benefício de 3% para 1% referente ao reembolso do valor das vendas externas neste ano, elevando gradualmente até voltar à alíquota cheia de 3% em 2018. Para ele, o mais importante é que o instrumento foi mantido como forma de compensar as distorções tributárias para o setor exportador que deixa resíduos que não são desonerados. ;Podemos celebrar que o mecanismo está mantido com percentuais mais baixos nos primeiros anos. O exportador, com isso, terá previsibilidade em relação ao mecanismo do Reintegra;, disse ele afirmando entender o momento de ajuste fiscal e as limitações do governo em manter o benefício integral. ;Todos estão promovendo ajustes para a redução de alguns instrumentos e o Reintegra foi alçando;, disse.

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