Economia

Fundo de garantia financia R$ 126,9 bilhões da dívida pública

Parte do dinheiro dos brasileiros, R$ 40,2 bilhões vêm sendo movimentados no overnight, o símbolo mais forte da ciranda financeira

Antonio Temóteo, Paulo Silva Pinto
postado em 21/04/2015 08:25
O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) se tornou um parceiro e tanto do Tesouro Nacional nesses tempos de desconfiança em relação à dívida pública. Do patrimônio total dos trabalhadores, de R$ 405,4 bilhões, quantia equivalente a 12% do Produto Interno Bruto (PIB), R$ 126,9 bilhões estão aplicados em títulos do governo federal. Dessa fatia, R$ 40,2 bilhões vêm sendo movimentados no overnight, o símbolo mais forte da ciranda financeira.

Os administradores do fundo dizem que essa é a melhor forma de fazer o dinheiro do trabalhador render ; os juros são de 12,75% ao ano e o risco de calote está próximo de zero. Eles ressaltam, porém, que os ganhos acumulados com tais operações não são repartidos com os donos dos recursos. Esses são obrigados a se contentarem com a remuneração de 3% ao ano mais a variação da Taxa Referencial (TR). No ano passado, o FGTS rendeu 3,83%. A inflação encostou nos 6,50%.

Para o economista Cláudio Porto, presidente da Consultoria Macroplan, ;é estranho que um fundo dos trabalhadores não seja gerido por eles, mas pelo governo;. Essa distorção, acredita ele, é favorecida pela composição do Conselho Curador do fundo, responsável por definir as diretrizes do patrimônio formado com as contribuições mensais de 8% dos salários. A maior parte dos assentos no conselho não é dos donos do dinheiro, mas de representantes da Esplanada dos Ministérios.



Coordenador-geral do FGTS, Quênio França minimiza as críticas à gestão do fundo. Ele explica que as aplicações em papéis do governo, especialmente em títulos de curtíssimo prazo, que são ofertados pelo Banco Central, são necessárias. ;O FGTS precisa ter recursos suficientes para atender os saques;, explica. Segundo ele, a alocação do dinheiro é ajustada todos os anos com vistas aos próximos quatro, e assim sucessivamente. Os resgates no fundo, no ano passado, aumentaram 14% em relação a 2013, enquanto os depósitos cresceram 11%. Assim, a arrecadação líquida ficou 1,75% menor. Isso exige maior volume financeiro disponível a curto prazo.

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