Economia

Comissão Europeia revisa drasticamente perspectivas da economia grega

A economia grega só crescerá neste ano 0,5% do PIB, uma forte queda se for comparada com a expansão de 2,5% que a Comissão previa em fevereiro

Agência France-Presse
postado em 05/05/2015 13:43

Bruxelas - A Comissão Europeia revisou nesta terça-feira drasticamente as perspectivas da economia grega para este ano devido à falta de avanços nas negociações de Atenas com seus credores, e melhorou o crescimento na zona do euro.Em apenas três meses, desde a publicação das previsões econômicas de inverno, a fotografia da economia grega se degradou drasticamente.

A economia grega só crescerá neste ano 0,5% do PIB, uma forte queda se for comparada com a expansão de 2,5% que a Comissão previa em fevereiro.A Grécia, com um desemprego superior a 25% da população economicamente ativa, o mais elevado da zona do euro, perdeu um quarto de seu PIB nos últimos seis anos de profunda recessão.

[SAIBAMAIS]

O déficit será neste ano de 2,1% e quase o mesmo para 2016, quando há apenas três meses previa um excedente de 1,1% e de 1,6%. Já a dívida pública, que é a mais elevada da zona do euro, também disparou entre as previsões de inverno e as de primavera. Segundo a Comissão, alcançará o equivalente a 180,2% do PIB neste ano e baixará a apenas 173,5% em 2016. Em fevereiro, a Comissão previa 170,2% neste ano e 159,2% em 2016.

O governo grego, dirigido desde o fim de janeiro pela esquerda radical do primeiro-ministro Alexis Tsipras, previa um crescimento de 2,9% neste ano, mas a economia grega, que havia melhorado em meados de 2014, caiu novamente no fim do ano.


Grécia, com os cofres vazios

"O impulso positivo se quebrou pela incerteza desde o anúncio das eleições antecipadas em dezembro", ressalta a Comissão Europeia, para quem "a ausência atual de clareza" sobre a política do governo em relação aos seus credores (UE e o Fundo Monetário Internacional) "piora a situação".

"As bases para uma reativação do crescimento em 2016 existem, com a condição, é claro, de que possamos encaminhar nossas discussões e manter o rumo das reformas que devem prosseguir na Grécia", disse em uma coletiva de imprensa o comissário de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici.

A deterioração do panorama para a economia grega reflete a inquietação de alguns setores econômicos pelas dificuldades de Atenas e de seus credores para alcançar um acordo sobre as reformas que a Grécia deve adotar. Este desbloquearia a necessária última parcela da ajuda financeira de 7,2 bilhões de euros para o país.


Zona do euro com ;ventos favoráveis;

Para a zona do euro em seu conjunto, a Comissão Europeia elevou a perspectiva de crescimento para este ano a 1,5% e deixou sem mudanças a de 2016 em 1,9%.

A evolução de preços será positiva neste ano (0,1%), evitando, assim, a deflação que previa em fevereiro. Os preços estarão sustentados por uma demanda doméstica que se reforçará nos próximos meses e pela depreciação do euro que levará a inflação a 1,5% em 2016.

Segundo a Comissão, as economias europeias vão se beneficiar de uma "conjunção de fatores favoráveis", como a queda do preço do petróleo, o crescimento mundial sustentado, a depreciação do euro e as políticas oportunas no bloco.

Os ventos favoráveis soprarão em todas as economias da zona do euro, embora, avalia a Comissão, isso dependerá "do grau de reatividade de suas economias, da queda dos preços do petróleo e da depreciação do euro, em particular", enquanto o programa de injeção de liquidez maciça do BCE, que teve um impacto importante, terá maiores efeitos nos países onde as condições de crédito eram mais duras.

Esta recuperação econômica favorecerá a criação de emprego, embora o desemprego, que seguirá baixando, "continue sendo alto". Em 2015 a Comissão prevê uma taxa de desemprego de 11% (11,2% em fevereiro) e em 2016 de 10,5% (10,6% em fevereiro).

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