Economia

Produção industrial no Brasil tem maior recuo para março desde 2006

Setor de veículos automotores foi o que mais contribuiu para o resultado negativo

postado em 06/05/2015 11:26
A indústria brasileira registrou em março o segundo mês de queda, após a tímida recuperação de janeiro. As causas apontadas por especialistas são a falta de confiança dos empresários e consumidores e a desaceleração da demanda doméstica. De acordo com os dados que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (6/5), a produção nacional caiu 0,8% em março na comparação com o mês anterior, período em que já havia sofrido redução de 1,3%. Esta é a maior queda registrada para o mês de março em nove anos, só sendo igualada pelo recuo de 1,3% no mesmo mês de 2006.

Em 2014, a baixa em março foi de 3,5%, a 13; queda consecutiva do setor, que acumula baixa de 5,9% em 12 meses. Esta sequência de 13 meses de queda é a maior da série histórica, iniciada em 2002, de acordo com os especialistas do IBGE.



O setor de veículos automotores foi o que mais contribuiu para o resultado negativo da indústria, registrando queda de 4,2% até março e de quase 20% nos últimos seis meses. Outras influências foram os setores de máquinas e equipamentos (-3,8%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e óticos (-8,1%) e bebidas (-4,9%).

O ramo de produtos alimentícios, por sua vez, ajudou a aumentar a produção. O setor voltou a crescer e atingiu o índice positivo de 2,1%. Dentre as categorias econômicas, houve recuo na de bens de capital (-4,4%), bens de consumo duráveis (-3,1%), bens de consumo semi e não-duráveis (-0,3%) e de bens intermediários (-0,2%).

Na comparação com os índices do ano de 2014, a queda de aproximadamente 13% na produção automobilística pressionou de forma negativa a indústria, assim como os setores de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e óticos (-22,7%), metalurgia (-9,4%), bebidas (-11,1%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,5%), máquinas e equipamentos (-3,3%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-7,4%), produtos de borracha e de material plástico (-3,0%) e produtos de minerais não-metálicos (-2,7%).

Por outro lado, as indústrias extrativas mostraram avanço com alta de 8,9%, além dos setores diversos, que registraram alta de 22,6%. Esses resultados foram impulsionados pela fabricação de artigos e aparelhos para prótese dentária, canetas esferográficas, próteses articulares, luvas de borracha para segurança e proteção, instrumentos e aparelhos para transfusão de sangue, moedas e lentes para óculos.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação