Economia

Juros disparam com economia enfraquecida

Cheque especial e cartão de crédito estão entre as categorias com juros mais altos

Rosana Hessel
postado em 27/05/2015 11:21

Enquanto a economia brasileira encolhe assim como a oferta de emprego, os juros aplicados pelo sistema financeiro não para de subir. A taxa média do cheque especial em abril ficou em 226% ao ano, a mais alta desde dezembro de 1995, de 242,2% ao ano. Em março, o correntista pagava menos: 220,4% ao ano. E, em abril de 2014, esse custo era de 162% ao ano. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (27/05) pelo Banco Central.


Os juros do cartão de crédito para pessoa física também aumentaram no mês passado. Passaram de 345,8% ao ano, em março, para 347,5% ao ano.


A taxa de juros média das operações do sistema financeiro em abril subiu 0,5 ponto percentual em relação a março e 2,5 pontos percentuais em 12 meses, para 26,4% ao ano, de acordo com o BC. A inadimplência, no entanto, registrou crescimento pela primeira vez no ano, pois estava estável desde janeiro. Passou de 2,8%, em março, para 3,0%, em abril.

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O spread bancário para pessoa física também vem subindo. Teve alta de 1,9 ponto percentual, para 43,3 pontos percentuais em abril, valor 6,9 pontos acima do registrado para o indicador que inclui o lucro dos bancos há um ano.

Participação menor

A taxa de participação do crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) do país encolheu de 54,8%, em março, para 54,5%, em abril.


O volume de crédito total do sistema financeiro no país somou R$ 3,061 trilhões, alta de apenas 0,1% sobre o registrado no mês anterior, mas de 10,5% sobre o computado no mesmo período de 2014. "O crédito continua crescendo, mas em um ritmo menor, e isso ficou claro nos dados de abril", disse o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel. Ele informou que a autoridade monetária vai monitorar o comportamento dos próximos meses para identificar a tendência.

O volume destinado a financiamento de veículos encolheu 1,1% em abril na comparação com março, passando de R$ 179,570 bilhões para R$ 177,662. Em 12 meses a queda foi de 6%. Já o montante para arrendamento de automóveis encolheu 4,5% em abril na comparação com março, passando de R$ 2,603 bilhões para R$ 2,486 bilhões. No acumulado em 12 meses, essa modalidade encolheu 56,4%.

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