Economia

PF confisca imóveis e R$ 70 mil em dinheiro na Operação Vícios

Cerca de 70 policiais e 12 agentes da Corregedoria do Ministério da Fazenda cumprem hoje 23 mandados de busca e apreensão

postado em 01/07/2015 13:32
A Polícia Federal (PF) confiscou oito imóveis em Brasília e apreendeu R$ 70 mil em diversas moedas na casa de um servidor no Rio de Janeiro na Operação Vícios, deflagrada nesta quarta-feira (1;/7) para investigar suspeita de fraude na renovação do contrato de gerenciamento do Sistema de Controle de Bebidas (Sicobe). Também foram apreendidos computadores e mídias eletrônicas que serão analisados. Segundo a PF, em um primeiro momento, os crimes apurados são de associação criminosa, fraude em licitação e corrupção.

[SAIBAMAIS]Cerca de 70 policiais e 12 agentes da Corregedoria do Ministério da Fazenda cumprem hoje 23 mandados de busca e apreensão, sendo cinco em Brasília, 17 no Rio de Janeiro e um em São Paulo. Os oito imóveis confiscados são de um casal suspeito de integrar o esquema, em que servidores da Receita Federal e da Casa da Moeda teriam formado um conluio para favorecer a empresa Sicpa Brasil Indústria de Tintas e Sistemas Ltda nas especificidades exigidas no contrato de renovação do gerenciamento do Sicobe, no ano passado. Os imóveis estariam avaliados em ao menos R$ 10 milhões, segundo a PF.



O delegado Tássio Muzzi, da Delegacia de Combate a Crimes Financeiros e Desvio de Recursos Públicos, disse nesta manhã à imprensa que há indícios de que o esquema também envolvia lavagem internacional de dinheiro, em países como Estados Unidos e Suíça, e na segunda fase das investigações serão apuradas essas suspeitas. A Justiça já autorizou a cooperação internacional para a investigação, de acordo com o delegado.

A operação partiu de uma denúncia da Casa da Moeda, e a suspeita é que R$ 100 milhões teriam sido pagos em propina para servidores da própria Casa da Moeda e da Receita Federal. Segundo o delegado, os indícios encontrados até agora não sustentam pedidos de prisão. O delegado afirma que as suspeitas são sobre a contratação e não na execução do serviço, pela qual foram pagos R$ 6 bilhões em seis anos.

Em nota, a Casa da Moeda afirmou que, desde que a Polícia Federal foi acionada, há dois anos, a direção da instituição tem colaborado com as investigações. A direção ressalta ainda que todos os empregados envolvidos no caso serão exonerados dos cargos e, se comprovada na Justiça a sua participação, serão demitidos.

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