Economia

Premiê Tsipras afirma que a Grécia seguirá unida após referendo

Vários líderes europeus temem que uma vitória do 'Não' leve a Grécia a deixar o euro

Agência France-Presse
postado em 02/07/2015 09:36
Atenas, Grécia - O primeiro-ministro grego Alexis Tsipras pediu unidade nacional aos gregos para superar a dificuldade temporária que o país atravessa e prometeu que, depois do referendo de domingo, o país continuará unido. "No dia seguinte ao referendo estaremos todos unidos", afirmou Tsipras após se reunir com Panos Kammenos, ministro da Defesa e dirigente do partido nacionalista Gregos Independentes (Anel), que participa na coalizão governamental com a esquerda radical Syriza do primeiro-ministro.

[SAIBAMAIS]O referendo tem como objetivo saber se os gregos aceitam ou não as propostas financeiras e de reforma dos credores do país, em troca do repasse de ajuda a Atenas. O Syriza faz campanha pelo ;Não;. Segundo o primeiro-ministro, as propostas dos credores aumentam a austeridade e não resolvem o problema da grande dívida pública da Grécia (180% do PIB).

Vários líderes europeus temem que uma vitória do ;Não; leve a Grécia a deixar o euro, uma opinião que não é compartilhada pelo ministro das Finanças Yanis Varoufakis. "Se o ;Não; vencer, como recomendamos ao povo grego, começaremos imediatamente a negociar e, acreditem, existirá um acordo com bases muitos diferentes ao das instituições credoras" (FMI, BCE e Comissão Europeia), disse o ministro das Finanças.



As propostas feitas pelos credores foram apresentadas na semana passada "no modo ;pegar ou largar;", afirmou Varoufakis. Varoufakis afirmou nesta quinta-feira que deixará o cargo de ministro das Finanças da Grécia se o ;Sim; vencer o referendo. O ministro reiterou que a consulta de domingo não é um referendo sobre a permanência da Grécia na união monetária. "Queremos desesperadamente seguir no euro, apesar de criticarmos seu marco institucional", afirmou.

Varoufakis descartou a possibilidade e a capacidade do país retornar ao dracma. "Não temos a capacidade para fazê-lo", declarou à rádio australiana ABC. "Não temos prensas para imprimir cédulas". A Grécia abriu mão das prensas em 2000, um ano antes do país entrar na zona do euro, pois esta é concebida como uma "união monetária irreversível", explicou o ministro.

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