Economia

Empresas de incubadoras não sentem ainda efeitos da crise econômica

O grande foco desses empreendimentos é a inovação tecnológica

postado em 25/07/2015 15:06
O faturamento de R$ 289 milhões, registrado no ano passado pelas 54 empresas graduadas e as 27 empresas nascentes da Incubadora de Empresas do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ), não é fruto de nenhum ;milagre;, disse a gerente da incubadora, Lucimar Dantas.

;As empresas que a Coppe atende estão em crescimento. São empresas que acabaram de nascer;. A incubadora tem 20 anos de existência e, em 2014, conseguiu ampliar em 50% o seu espaço físico, passando de dois para três prédios, sendo que o terceiro edifício é voltado para a área de petróleo, gás e energia e pode abrigar mais nove empresas. ;São dois fenômenos que se somam: o fato de essas empresas estarem em fase de crescimento, o que as leva a ser sempre mais aceleradas que a média e, como são pequenas, são mais ágeis que as demais para mudar. No momento que percebem uma crise, elas têm mais agilidade para mudar o seu direcionamento. Além disso, a incubadora cresceu em capacidade, o que aumenta o bolo;, disse Lucimar. Em relação a 2013, o faturamento aumentou 22%.

[SAIBAMAIS]O grande foco das empresas incubadas é a inovação tecnológica e para estarem incubadas, elas têm que interagir de alguma maneira com a UFRJ. Em sua grande maioria, as empresas incubadas são formadas por alunos ou ex-alunos da Coppe-UFRJ, mas Lucimar Dantas afiançou que não existe restrição à participação de empresas de alunos de outras instituições de ensino superior. Cerca de 50% das empresas incubadas têm negócios e pesquisas relacionados à cadeia de petróleo e gás. A incubadora deverá totalizar até dezembro 30 ;startups; (empresas recém-criadas e rentáveis) incubadas, incluindo quatro que entraram no final de junho. Elas poderão ficar incubadas pelo prazo de três anos e contarão com assessoramento, treinamento e acompanhamento.

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A crise econômica não afetou também a Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de São Paulo, disse à Agência Brasil o coordenador técnico do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), entidade gestora da incubadora da Universidade de São Paulo (USP), José Carlos de Lucena. ;Não estamos sentindo a crise. É muito cedo. Como a maioria das empresas está em fase de desenvolvimento, isso não afeta;, declarou. O mesmo ocorre, segundo Lucena, em relação às empresas que já estão no mercado. ;Ainda não veem o reflexo da crise, não;.

A incubadora da USP fechou o mês de junho deste ano com 112 empresas, em diversos estágios de incubação. Até junho, foram graduadas 136 empresas. A maior parte das empresas incubadas desenvolve projetos nas áreas de medicina e saúde, tecnologia da informação (TI) e fármacos, informou Lucena.

Na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica (IEBT) da Universidade Federal de Viçosa (MG), a crise econômica não está afetando as ;startups;, disse à Agência Brasil a gerente de Novos Negócios da unidade, Danielle Silveira Leonel. ;Está correndo tudo bem;. Segundo ela, não houve até o momento comentários a respeito da crise. A incubadora é multidisciplinar. No momento, ela tem nove empresas nascentes incubadas nas áreas de biotecnologia, alimentos, ciências agrárias, mecânica, tecnologia da informação (TI). ;Talvez pelo fato de serem empresas novas, que estão começando agora, elas não estejam sentindo muito a crise;, completou Danielle.

No Instituto Gene-Blumenau, incubadora da FURB-Fundação Universidade Regional de Blumenau (SC), ;todo mundo está um pouco retraído com essa crise econômica;, comentou a gerente de Incubação e Empreendedorismo, Shirlei Soares Seubert. Ressaltou, porém, que como as empresas incubadas estão em níveis diferentes, as que se acham ainda na fase inicial de projeto conceitual e de validação não estão sentindo muito a crise. As demais, que têm uma comercialização mais forte, para driblar a crise estão ;correndo atrás de negócios;. Como seus principais clientes são companhias da construção civil, setor que sofre os efeitos da crise, a saída é ;tentar encontrar outro público-alvo;, informou Shirlei. A maioria das empresas do Instituto Gene são da área de tecnologia da informação (TI).

O coordenador da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de Pernambuco (Incubatep), Geraldo Magela, informou que as 20 empresas incubadas ;estão ainda sem grandes reclamações; junto à coordenação. Advertiu, entretanto, que muitas vezes, ;o silêncio também é terrível, porque a gente percebe, quando conversa com eles (empresários emergentes), que o mercado retraiu um pouco;. Na avaliação de Magela, é muito difícil alguma empresa não estar sendo afetada pela crise econômica, porque os custos para a importação de equipamentos subiram, o mesmo ocorrendo em relação à aquisição de produtos e serviços. As empresas incubadas se mostram, porém, otimistas, e esperam que as coisas melhores no país. ;Mas eles estão sendo afetados também, com certeza;, manifestou Magela.

Na Região Centro-Oeste, a Incubadora Tecnológica de Empresas da Universidade Católica de Brasília (UCB) tem no momento quatro empresas incubadas que ;estão se alicerçando, preparando a base, para poderem entrar no mercado;. O gestor da incubadora, Mauro César Santos Sousa, disse à Agência Brasil que por estarem na fase de construção do planejamento, recebendo acompanhamento e orientação dos instrutores, as empresas nascentes ainda não estão sentindo impacto da crise. As áreas dos empreendimentos são biotecnologia, administração e tecnologia da informação (TI).

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