Economia

Bolsa de Xangai fecha em queda de 8,48% e traz preocupação sobre a economia

Redução no lucro da indústria foi o responsável pela retração da bolsa

Agência France-Presse
postado em 27/07/2015 09:14

A bolsa de Xangai caiu 8,48% no fechamento desta segunda-feira, uma queda brutal que segundo os corretores corresponde à preocupação reinante sobre a economia chinesa. O índice composto perdeu 345,35 pontos e atingiu 3.725,56 pontos. Por sua vez, na bolsa de Shenzhen o principal índice caiu 7%, ou seja, 162,62 pontos, a 2.160,09 pontos.

A bolsa de Hong Kong também fechou com uma queda significativa de 3,09%, arrastada por uma série de indicadores chineses e pela queda de Xangai. Já a bolsa de Tóquio teve uma queda menor, de 0,95% devido à inquietação sobre a conjuntura econômica mundial.

"Os investidores não confiam que o mercado vá se orientar rapidamente em alta", comentou Jimmy Zuo, corretor da Guosen Securities, citado pela Bloomberg. "As pessoas querem embolsar os lucros, depois que o índice superar os 4.000 pontos", acrescentou. A Bolsa de Xangai superou na terça-feira passada o limite simbólico dos 4.000 pontos. A correção começou na semana passada, já que na sexta o mercado perdeu 1,29%, depois de seis sessões consecutivas em alta.

Nos últimos dias, uma sucessão de indicadores ruins contrariou os esforços do governo para relançar as bolsas do país, que já sofreram queda espetaculares na últimas semanas. Os números do governo publicados nesta segunda-feira mostraram uma queda de 0,3% nos lucros das grandes empresas industriais.

Nos últimos dias, a sucessão de más notícias para o mundo empresarial neutralizam os esforços do governo para relançar a bolsa após sofrer outras quedas espetaculares nas últimas semanas. No mesmo sentido, o índice PMI preliminar dos diretores de compras para a China, calculado pela empresa financeira Markit, ficou nos 48,2, abaixo do limite dos 50, o que é sinônimo de contração.

Montanha russa

Até metade de junho, a bolsa de Xangai acumulou uma alta de 150% em doze meses, uma evolução totalmente desconectada da economia real, em desaceleração.



A partir desse momento, as bolsas de Xangai e Shenzhen sofreram uma forte correção, perdendo a primeira 30% em três semanas. O governo reagiu com uma bateria de medidas, como uma linha de liquidez do banco central para estabilizar os mercados, ou a proibição para 100 grandes grupos chineses de vender ações de suas filiais na bolsa.

O pacote surtiu efeito temporariamente. As bolsas voltaram a subir com força nas últimas duas semanas, um movimento que acabou com a publicação de indicadores ruins. "A alta dessas duas últimas semanas foi muito forte, e o mercado se corrigiu sozinho", comentou Zhang Di, analista da Haitong Securities. A isso se soma a preocupação pela forma com que serão retiradas as medidas de apoio do governo", acrescentou.

A queda desta segunda em Xangai atingiu especialmente as empresas de corretagem, como a Industrial Securities e Dongxing Securities, que perderam 10%, o máximo possível em um dia de cotação. As empresas especializadas em estradas também perderam muito, como a Hubei Chutian Expressway e Shandong Hi-speed, que perderam igualmente 10%.

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