Economia

Problema do Brasil está no país. China é detalhe, dizem especialistas

Especialistas creditam queda de 1,04%, na Bovespa, e alta do dólar para R$ 3,36 são causados pela deterioração dos indicadores internos. Tombo de 8,48% na principal bolsa asiática só agravou o susto. Mercado aposta em alta de 0,5 ponto na Selic

Paulo Silva Pinto
postado em 28/07/2015 06:03
A tensão provocada pelas incertezas na economia brasileira cresce a cada dia. Ontem, o ambiente negativo que se instalou no país agravou um susto que veio de Xangai. A bolsa de valores da maior cidade chinesa caiu 8,48%. Com isso, o dólar se valorizou 0,51% em relação ao real, fechando a R$ 3,36 depois de bater R$ 3,38. E a Bolsa de Valores de São Paulo (BM) caiu 1,04%.

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O temor de que o crescimento da China, nosso maior mercado, diminua fortemente piora os prognósticos para a situação do Brasil. Isso faz o dólar subir e pressiona a inflação, que já está muito alta, aumentando as apostas de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) eleve fortemente os juros na reunião da próxima quarta-feira. Com juros ainda mais altos, a tendência é de que a recessão que o país atravessa se acentue ainda mais, em um círculo vicioso.

Embora o susto de ontem tenha vindo do outro lado do mundo, os analistas são unânimes ao afirmar que os principais motivos de tensão estão aqui. ;O problema do Brasil é o Brasil;, apontou o economista Sidnei Nehme, presidente da NGP Corretora de Câmbio. Para ele, o BC vai elevar a Selic em 0,5 ponto percentual amanhã, para 14,25% ao ano. ;Será um erro. A recessão já está fazendo a sua parte ao reduzir a demanda. O melhor seria esperar que esses efeitos se concretizem;, disse.

Se dependesse dele, não deveria haver sequer aumento de 0,25 ponto percentual. Ele considera, porém, praticamente impossível para o BC manter a taxa inalterada. ;Eles criaram a expectativa de que a política monetária deve ser essa. Se mudarem, a reação do mercado será ruim;. Para o mercado, o BC precisa agir mais fortemente do que o necessário porque enfrenta falta de credibilidade.

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