Economia

Mercado financeiro mantêm desconfiança com nova queda da Bolsa de Xangai

O índice composto fechou em baixa de 1,68% nesta terça-feira (28/7)

Agência France-Presse
postado em 28/07/2015 11:26
As bolsas chinesas caíram moderadamente nesta terça-feira, um dia após uma queda que afetou outras bolsas e apesar das medidas de emergência do governo. Há vários dias, os investidores andam preocupados com a publicação de vários indicadores decepcionantes sobre a segunda economia mundial, claramente desacelerada. Entre eles, a contração da produção manufatureira em junho, em seu nível mais baixo em 15 meses.

[SAIBAMAIS]A sessão desta terça-feira foi muito volátil na bolsa de Xangai. O índice composto fechou em baixa de 1,68%, depois cair mais de 5%. A bolsa de Xangai evitou, assim, uma repetição da segunda-feira, quando desabou 8,48%, a maior queda em mais de oito anos, e que afetou as grandes bolsas do planeta.

Na bolsa de Shenzhen, a segunda maior da China continental, o índice composto também limitou as perdas, a 2,24%. Hong Kong fechou inclusive em alta (0,62%), recuperando-se em parte de uma queda de mais de 3% na véspera, e Tóquio perdeu apenas 0,10%.

Após as quedas de segunda-feira, o regulador chinês anunciou que manterá sua política de compra de ações para limitar as perdas iniciadas no mês passado. Ao contrário de outros países, as bolsas da China continental (o que não inclui Hong Kong) contam entre seus investidores com uma grande maioria de particulares, cujo comportamento é considerado imprevisível.



"Eu me desfiz de 90% dos meus títulos depois de ter lido que os mercados iam sofrer uma correção", afirmou à France Press Ling Lihui, que vendeu suas ações na sexta-feira. E embora as autoridades chinesas tenham anunciado a injeção de mais fundos para apoiar as bolsas, os especialistas consideram este anúncio insuficiente. "A intervenção governamental não bastou para deter a queda do mercado, apenas a atrasou", comentou Castor Pang, pesquisador do Core-Pacific Yamaichi em Hong Kong, citado pela Bloomberg.

Confiança

Até a metade de junho, a bolsa de Xangai havia acumulado uma alta de 150% em doze meses, uma evolução totalmente desconectada da economia real. A partir desse momento, as bolsas de Xangai e Shenzhen sofreram uma forte correção, com a primeira perdendo 30% em três semanas. O governo reagiu com uma bateria de medidas, como uma linha de liquidez do banco central para estabilizar os mercados, ou a proibição para 100 grandes grupos chineses vender ações de suas filiais na bolsa. Além disso, as 21 corretoras principais chinesas se comprometeram a investir ao menos 19 bilhões de dólares adicionais nos mercados.

Alguns analistas relativizam, no entanto, o alcance da atual correção bursátil, e acreditam que tem pouco impacto na economia real. "Acreditamos que estas vendas em massa de ações na bolsa têm um impacto limitado na economia real", indicou o banco japonês Nomura. O banco ANZ se nega por ora a falar sobre crise financeira, apesar de advertir que as bolsas chinesas continuarão "muito voláteis, apesar do ambicioso programa de assistência lançado pelo governo nas últimas semanas".

Os investidores estão agora atentos à reunião de dois dias do Federal Reserve, o banco central americano, na esperança de encontrar indícios sobre quando subirão seus juros, próximos do zero desde o final de 2008.

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