Economia

Agência internacional revisa para negativa perspectiva de crédito do Brasil

Essa é a primeira sinalização antes do rebaixamento da nota do país pela companhia. Se isso ocorrer, país perde o grau de investimento

Rosana Hessel
postado em 28/07/2015 13:50

A agência de classificação de risco Standard & Poor;s (S) acabou de revisar para negativa a perspectiva para o rating do Brasil. A empresa confirmou a nota, mas tudo indica que o rebaixamento do país poderá vir a qualquer momento. Esse tipo de medida é o primeiro passo para que o país perca o selo de bom pagador e seja classificado como mercado especulativo.

[SAIBAMAIS];O Brasil enfrenta desafios políticos e econômicos, apesar de considerarmos que a tentativa de mudança de rumo significativa no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff;, informou a nota da agência. A S demonstrou preocupação com o grande número de investigações de corrupção envolvendo políticos e empresários da Operação Lava-Jato e que isso tem pesado ;sobre as perspectivas fiscal e econômica do Brasil;, pondo em risco as medidas de ajuste fiscal no Congresso Nacional.

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A companhia informou que considera a probabilidade de uma em cada três, ou seja (33%) de derrapagens na política e, com isso, a trajetória de crescimento sustentável vai demorar mais retorno a um crescimento mais firme trajetória vai demorar mais tempo do que o esperado. As notas de crédito soberano do Brasil pela S são BBB- para os títulos em moeda local estrangeira e BBB%2b para moedas local e estrangeira de longo prazo. O país está a apenas um grau para perder o selo de bom pagador dado pela empresa. As agências norte-americanas Moody;s e Fitch Ratings devem rebaixar o país, mas no caso delas o Brasil ainda precisa de dois rebaixamentos para receber o grau de investimento.

Na última quinta-feira, um dia após a redução da meta de superavit primário de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) para 0,15% do PIB, a agência brasileira Austin Rating retirou o grau de investimento do Brasil.

A previsão da Standard & Poor;s para o PIB brasileiro deste ano é de queda de 2%. E para 2016 a expectativa é de que não haja crescimento. A agência espera que a relação dívida bruta/PIB avance de 64,3% neste ano para 68% no ano que vem. A empresa estima que a inflação neste ano chegue a 8,4% e continue em alta em 2016, encerrando o ano em 7,2%.

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