Economia

Demissão obriga as famílias a deixarem de pagar contas importantes

Entre as contas estão planos de saúde e escolas particulares, além da venda de carros e motos para fechar as contas do mês

Antonio Temóteo
postado em 23/08/2015 08:01
Nem os diplomas que conseguiu no Pronatec, como soldadora, ajudam Edvalda da Conceição a se recolocar com mercado com salário melhor
Uma das milhões de brasileiras que ascenderam socialmente nos últimos anos, Edvalda de Oliveira da Conceição, 41 anos, aproveitou como poucos a bonança proporcionada pelo crescimento da economia e o controle da inflação ; pilares destruídos pela presidente Dilma Rousseff. Em 2011, deixou o emprego de subgerente de um restaurante em Brasília e migrou para Pernambuco com o marido. Na época, ele havia conseguido uma vaga de soldador no Estaleiro Atlântico Sul, em Suape. Lá, ela aproveitou os cursos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) oferecidos na região, foi diplomada soldadora e, em pouco tempo, promovida a encarregada de operações da construção de navios para exploração e refino de petróleo em águas profundas. A renda familiar chegou R$ 8 mil, mais plano de saúde e casa custeada pela empresa.

[SAIBAMAIS]Com a Operação Lava-Jato, que desvendou um bilionário esquema de corrupção na Petrobras, e com o agravamento da crise econômica, Edvalda, como milhares de brasileiros, perdeu o emprego, e viu as conquistas dos últimos anos se transformarem em dor. Sem vagas de trabalho em Suape e na região, o casal e os 2 filhos migraram para Valparaíso, município goiano vizinho ao Distrito Federal. A única ocupação que ela conseguiu foi de garçonete em um restaurante, em que passou a receber R$ 843 por mês. O carro zero quilômetro está empoeirado na garagem porque o preço da gasolina impede o uso constante. Natural de Paulo Afonso (BA), Edvalda não desanimou e, menos de três meses após ser contratada, formou-se barista, especializando-se no desenho de cafés servidos nas xícaras.

Além de ver a renda despencar, Edvalda descobriu uma miastenia grave, doença que ataca músculos e nervos. Por isso, teve de deixar o trabalho, e passou a sobreviver com um benefício da Previdência Social. Contudo, sonha com a possibilidade de voltar a operar equipamentos de solda e recuperar o padrão de vida conquistado. ;Não me desanimo fácil. Só fico triste porque havia conseguido retornar para o Nordeste com as oportunidades criadas, e, agora, tive que voltar para o Centro-Oeste. Hoje, meu marido está desempregado, vive de bicos. Só de aluguel, gastamos R$ 600. Tivemos uma queda brutal de renda e, mesmo qualificados, não achamos emprego na nossa área;, conta.

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