Economia

PPE perdeu utilidade e renovação parece 'impossível', diz Mercedes-Benz

Lançado em julho do ano passado, o PPE permite que empresas reduzam os salários e as jornadas dos seus funcionários em até 30%, com metade da perda salarial compensada pelo governo

Agência Estado
postado em 28/04/2016 15:15


O Programa de Proteção ao Emprego (PPE), criado pelo governo para evitar demissões em empresas com dificuldades financeiras, perdeu a utilidade para as fábricas da Mercedes-Benz no Brasil, afirmou nesta quinta-feira (28/5) o presidente da montadora no País e na América Latina, Phillipp Schiemer. Em razão disso, o executivo afirmou que a adesão da empresa ao programa, que termina em maio, parece "impossível" de ser renovada.

Lançado em julho do ano passado, o PPE permite que empresas reduzam os salários e as jornadas dos seus funcionários em até 30%, com metade da perda salarial compensada pelo governo. "É um programa que ajuda temporariamente a passar por uma situação, nós fizemos durante nove meses e ele perdeu a utilidade porque o problema continua o mesmo, então temos de encontrar outras maneiras (de lidar com as dificuldades financeiras)", afirmou o executivo. A Mercedes-Benz aderiu ao programa em agosto.

Ele se recusou a dizer, no entanto, se a montadora vai realizar demissões após o fim do período de adesão ao programa. A montadora conta hoje com um excesso de 2 mil funcionários e, além do PPE, tem recorrido ao lay-off (suspensão temporária de contratos) para ajustar a produção das fábricas à demanda do mercado.



O mercado de veículos tem sido um dos mais afetados pela crise econômica, principalmente em razão do aumento do desemprego, que fez cair a renda e a confiança do consumidor, e da maior restrição ao crédito, que reduziu a concessão de financiamento para veículos. No ano passado, as vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus caíram 26,5% em relação a 2014 e, neste primeiro trimestre, o recuo acumulado é de 28,6% em comparação com igual período de 2015. A crise resultou na demissão de cerca de 14,7 mil trabalhadores da indústria automobilística em 2015, segundo dados da Anfavea.

Apesar das dificuldades, a Mercedes-Benz mantém os investimentos que já foram anunciados. O plano é que, de 2015 a 2018, R$ 730 milhões sejam aplicados na modernização das fábricas em São Bernardo do Campo e Juiz de Fora. No mês passado, a montadora inaugurou mais uma fábrica em Iracemápolis, com investimento de R$ 600 milhões e capacidade de produção de 20 mil veículos por ano.

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