Economia

Bancos começam a usar inteligência artificial no relacionamento com cliente

A inteligência artificial está começando a ser usada no relacionamento com os clientes pelas instituições financeiras no Brasil.

Agência Estado
postado em 26/06/2016 09:29
Decorar senhas e códigos de acesso está prestes a virar coisa do passado para os clientes de banco do país. Em breve, basta conversar com o celular ou com o computador para ver o saldo da conta, pedir um empréstimo ou negociar uma dívida, com garantia de que nenhum intruso se passe pelo correntista. A inteligência artificial está começando a ser usada no relacionamento com os clientes pelas instituições financeiras no Brasil.

Em 60 dias, o Banco do Brasil oferecerá a novidade para clientes dos segmentos Private e Estilo Digital ; de maior poder aquisitivo. Por meio do aplicativo da instituição financeira no smartphone, os correntistas terão acesso a um assistente que permite a realização de transações por meio do celular sem risco de fraude porque a biometria da voz do cliente estará gravada. O Bradesco testa tecnologia semelhante para que os clientes possam conversar com os computadores, ainda sem previsão de lançamento.

Chamada de computação cognitiva, a tecnologia se baseia na capacidade de computadores cruzarem grandes volumes de dados e gerarem análises e respostas por conta própria. No caso de reconhecimento de voz, os computadores memorizam a voz do usuário para decodificarem padrões, descobrirem hábitos e interpretarem comandos. No Brasil, a novidade está sendo desenvolvida com base na ferramenta Watson, importada dos Estados Unidos.

"A computação cognitiva é revolucionária. O computador tem a capacidade de ler, interpretar e entender o que está pesquisando para dar a resposta. Estamos desenvolvendo uma linguagem natural para o homem conversar com a máquina", diz o vice-presidente de Tecnologia do Banco do Brasil, Geraldo Dezena.

Além do assistente de voz no smartphone, o Banco do Brasil pretende, nos próximos 90 dias, estender a computação cognitiva aos computadores. Um assistente virtual avisará se a máquina do cliente está desatualizada ou sem o módulo de segurança para acessar a página do banco na internet e orientará a configuração do computador por meio de auxílio remoto.

Segundo Dezena, o uso da inteligência artificial no mercado financeiro traz vantagens, não apenas agiliza o atendimento, como melhora significativamente a relação dos bancos com os clientes, que poderão fazer transações e consultas apenas por meio da voz. ;Os funcionários não precisarão mais ensinar clientes a usar terminais de autoatendimento, aplicativos ou computadores. Mesmo a pessoa mais simples vai poder conversar com a máquina. A computação cognitiva valoriza o tempo do cliente e traz ganho de eficiência operacional para o banco;, explica.

O banco também pretende usar a inteligência artificial para auxiliar clientes que querem renegociar dívidas. Internamente, a computação cognitiva também será usada por funcionários, que poderão conversar com o computador para tirar dúvidas, em vez de consultarem manuais. As duas novidades ainda estão em fase de testes.

Para o vice-presidente do Banco do Brasil, a computação cognitiva tem potencial para revolucionar não apenas o mercado financeiro, mas todas as áreas que trabalham com grandes volumes de dados. ;Nos Estados Unidos, médicos estão usando essa tecnologia para descobrirem doenças. Em vez de procurarem nos livros, falam os sintomas para a máquina, e o diagnóstico sai na hora;, ressalta.

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