Economia

Estados continuarão com risco de calote, mesmo com renegociação de dívidas

Mesmo que a renegociação das dívidas dos estados seja aprovada pelo Congresso, a situação continuará dramática, com risco de calote

Rosana Hessel
postado em 29/08/2016 06:10
Governadores pressionam o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, mas ele resiste em conceder mais benefícios a fim de preservar o ajuste das contas

A renegociação das dívidas dos estados sequer foi aprovada pelo Congresso e os governadores já estão passando o pires novamente em Brasília. As romarias têm tomado parte das agendas do presidente interino, Michel Temer, e do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Mesmo com todos os argumentos apresentados, de que não há sequer dinheiro para a compra de comida e para o pagamento de despesas básicas, os governadores não vêm conseguindo sensibilizar os interlocutores. O risco de calote, portanto, aumentou.

Nas palavras do governador de Goiás, Marconi Perillo, a situação é dramática. Ele diz que 11 estados estão prestes a quebrar. Para o Palácio do Planalto e a Fazenda, porém, tudo não passa de retórica. A prioridade, dizem Temer e Meirelles, é aprovar a renegociação das dívidas, que dará alívio de R$ 50 bilhões ao caixa de todas as unidades da federação. Os dois afirmam ainda que já passou da hora de os governadores adotarem a responsabilidade fiscal. O país não comporta mais gastos exagerados, principalmente com pessoal.

O projeto de renegociação das dívidas está parado na Câmara. Ainda depende da votação de quatro destaques para pular para o Senado. Na visão do governo, esse projeto é prioritário e precisa avançar rapidamente logo após a efetivação do impeachment definitivo de Dilma Rousseff. ;Quando setembro chegar, a bomba dos estados vai estourar. Dilma pode sair, mas o problema continuará. A situação é muito ruim e parece que o Congresso não está consciente do tamanho do problema. O governo terá que ser muito firme para controlar a crise que está por vir;, alerta a economista Selene Nunes, doutoranda da Universidade de Brasília (UnB), que participou da elaboração da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

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