Economia

Governadores sugerem aumento de contribuição da Previdência de 11% para 14%

Em reunião com o presidente Michel Temer, eles anunciaram que vão criar um movimento para apoiar a reforma previdenciária e apontar soluções para a redução do rombo

Rosana Hessel
postado em 06/10/2016 14:28

O estado crítico das contas nos estados, pois cresce o número dos que estão com dificuldades para pagar salários dos servidores e até o 13o. , levou um grupo de oito governadores para conversar com o presidente Michel Temer na manhã desta quinta-feira (6/10) no Palácio do Planalto. Eles marcaram o encontro para dizer ao chefe do Executivo que querem participar de forma mais ativa da elaboração da proposta da reforma da Previdência Social, com sugestões para que ela contemple estados e municípios e assim melhore o quadro futuro das finanças das unidades federativas também.


[SAIBAMAIS]Uma das sugestões dos governadores foi unificar as iniciativas dos estados, elevando a contribuição para a Previdência de 11% para 14%, a exemplo de Santa Catarina, de forma articulada e também igualar o piso do setor público e do privado a fim de reduzir os deficits nessa conta também nos estados, que são elevados. ;A gente quer um movimento dos governadores de apoio à reforma da Previdência. Vamos começar a fazer isso na próxima quinta-feira (13/10) e entrar com uma ação conjunta com aumento de alíquota da contribuição;, disse o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, após o encontro com Temer.

Além dele, participaram da reunião os governadores do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg; de São Paulo, Geraldo Alckmin, do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão; do Rio Grande do Sul, Ivo Sartori; de Alagoas, Renan Filho e de Minas Gerais, Fernando Pimentel. Segundo Colombo, a ideia é que todos os estados participem desse encontro na semana que vem, aqui em Brasília. ;Nessa reunião, vamos apresentar estudos básicos e cada estado mostrará sua realidade.

A situação se agrava para o futuro e a ideia é colaborar e mostrar exatamente o que foi mostrado aqui;, disse Colombo, que reconheceu a necessidade de mudanças na aposentadoria e fizeram propostas. ;A verdade é a seguinte. Se essas medidas não forem tomadas, dentro de alguns anos, não haverá pagamento dos servidores. O sistema vai quebrar. O modelo realmente está com um deficit muito elevado e crescendo de forma exponencial. E é nesse sentido que queremos ajudar e achar a melhor solução para o país;, destacou. De acordo com o governador de SC, Temer elogiou o movimento e disse que considerou importante o êxito das mudanças que precisam ser realizadas na Previdência. ;Tem que ser feito. É impopular, é difícil. Mas é para salvar os salários dos que estão aposentados;, disse.

O governador disse desconhecer a proposta da reforma que o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, deverá apresentar hoje a Temer e que pretende encaminhar ao Congresso Nacional até o fim deste mês. O rombo da Previdência estimado pelo governo para este ano é de R$ 149 bilhões, sem contar o setor público. Colombo informou ainda que os governadores evitaram em tocar no assunto de que alguns estados ameaçam decretar estado de calamidade na semana que vem e não foi conversado nada sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o crescimento das despesas públicas, a PEC 241/2016, que está sendo votada nesta quinta-feira na comissão especial da Câmara dos Deputados.

No entanto, ele admitiu que há vários governadores com dificuldades para o pagamento de salários e 13o neste fim de ano. ;Isso foi comentado de forma generalizada, mas não é o nosso caso. Em Santa Catarina, conseguimos pagar a metade do 13o e temos provisão para a segunda parte. Mas a gente não está folgado;, disse. (Colaborou Julia Chaib)

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