Economia

Investimentos registram pior patamar em 13 anos no terceiro trimestre

Taxa do investimento fica em 16,5% do PIB, a menor desde o terceiro trimestre de 2003

Rosana Hessel - Enviada Especial
postado em 30/11/2016 12:36

Rio de Janeiro - Os investimentos, principal motor para a retomada do crescimento econômico, voltaram a cair no terceiro trimestre deste ano devido à piora nas expectativas de avanço da economia do país após o impeachment da presidente Dilma Rousseff. O otimismo se foi e a taxa de investimento caiu 3,1% no terceiro trimestre deste ano na comparação com o ano anterior. Isso fez com que a taxa do indicador em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) encolhesse de 18,2%, em 2015, para 16,5%, neste ano. Esse é o menor patamar desde 2003, de 16,3%, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta quarta-feira (30/11).

A coordenadora de Contas Nacionais do órgão, Rebeca Palis, destacou que os investimentos foram o item que mais contribuiu para a queda de 0,8% no PIB de julho a setembro, aprofundando a queda de 0,5% no trimestre anterior, que foi revisada, devido a uma leve melhora nos investimentos e na indústria nos três meses anteriores. Antes a queda trimestral do PIB era de 0,6%. Foi a sétima queda consecutiva do PIB, a mais longa desde o início da série histórica atualizada do IBGE, em 1996.

Importação

;Importação de máquinas e equipamentos e o desempenho negativo da construção civil contribuíram para a piora do desempenho do investimento nesse intervalo;, destacou Rebeca. ;Na ótica da despesa até quando a gente olha na margem, claramente, os investimentos, puxaram o PIB para baixo;, explicou. Especialistas não acreditam em uma retomada dos investimentos a curto prazo. Os mais otimistas preveêm uma volta do crescimento apenas no fim de 2017 ou em 2018.

A taxa de poupança do país também encolheu, mas o tombo foi menor que o dos investimentos. Passou de 15,3% do PIB no terceiro trimestre de 2015 para 15,1% do PIB, neste ano.

A técnica do IBGE destacou que a necessidade de investimento do país entre julho e setembro alcançou R$ 21,9 bilhões neste ano, valor R$ 17,3 bilhões menor que os R$ 39,2 bilhões registrados em 2015. ;Essa queda, basicamente, ocorreu devido à melhora do saldo externo de comércio e serviços, que tiveram contribuição positiva. E isso fez com que a economia brasileira necessitasse de menos recursos externos para se manter;, explicou.

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