Economia

Correios esperam aval do Planejamento para Plano de Demissão Incentivada

Decisão sobre incentivo a desligamento de funcionários será tomada depois de o Ministério do Planejamento analisar o impacto financeiro da medida no caixa do Postalis, fundo de pensão dos empregados da empresa pública

Antonio Temóteo, Vera Batista
postado em 05/01/2017 07:43
Carteiros: público-alvo são os 14 mil empregados com mais de 55 anos de idade e 15 anos de serviço
Com um rombo de R$ 4 bilhões acumulado nos últimos dois anos, os Correios aguardam liberação do Ministério do Planejamento para oferecer aos empregados um Plano de Demissão Incentivada (PDI). O aval da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais depende do envio de relatório sobre o impacto financeiro dos desligamentos no caixa do Postalis, o fundo de pensão dos empregados da estatal.

[SAIBAMAIS]A estimativa inicial é que os gastos da entidade fechada de previdência complementar com o pagamento de aposentadorias aos participantes podem aumentar em até R$ 500 milhões se todo o público-alvo aderir ao PDI. Atualmente, a fundação cobra contribuições extraordinárias de 17,92% do valor do benefício para cobrir metade do deficit atuarial de R$ 4 bilhões. A outra parte terá de ser coberta pela empresa pública.

Existe a possibilidade de que um novo equacionamento referente ao rombo acumulado em 2015 seja autorizado em 2017. O percentual de descontos e a necessidade da cobertura ainda estão em discussão.

Os Correios possuem 117 mil empregados e pelo menos 14 mil com 55 anos ou mais e 15 anos de serviço, que se enquadram nos critérios definidos para aderir ao PDI. A empresa espera que pelo menos metade desse grupo peça desligamento. Para isso, a estatal oferecerá aos empregados por oito anos o Incentivo Financeiro Diferido (IFD). A fórmula de cálculo levará em conta o valor médio dos salários recebidos nos últimos 60 meses e tempo de serviço, limitado a 35 anos, mediante comprovação de contribuição previdenciária. Em média, o valor mensal do IFD deve corresponder a 35% do valor do salário da ativa.

O temor dos empregados da estatal, entretanto, é que ao se desligar da empresa não tenham garantia de que receberão os benefícios do Postalis em meio ao acúmulo de deficits atuariais. Isso pode implicar uma baixa adesão ao PDI. Os Correios não se manifestaram até o fechamento desta edição.
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