Economia

Funcionários dos Correios vão à Justiça contra cortes e demissões

Entidades ligadas aos trabalhadores pretendem evitar demissões e redução de gratificações pagas pela estatal. Proposta da empresa prevê gasto maior com plano de saúde

Antonio Temóteo
postado em 07/01/2017 06:15
Empregados questionam falta de clareza sobre medidas sugeridasDiante da possibilidade de os Correios adotarem a demissão motivada para reequilibrar o caixa e do processo de corte de funções, os empregados da estatal prometem ir à Justiça. Entidades representativas dos trabalhadores estudam quais medidas legais podem ser tomadas para evitar demissão em massa e a queda dos salários nos casos em que as gratificações são pagas por 10 anos ou mais.

Além do temor de perder o emprego, os funcionários dos Correios terão de arcar com as despesas do plano de saúde. A proposta da estatal é que seja cobrada uma mensalidade, por beneficiário, titular e dependente, para cobrir o valor gasto com assistência médico-hospitalar e odontológica. Para empregados, aposentados e dependentes legais, excluindo pai e mãe, a proposta é de um custeio paritário, ou seja, a despesa será dividida entre trabalhadores e empresa. O valor variará por faixa etária e faixa de renda.

Leia mais notícias em Economia

Além da parcela mensal, a proposta prevê a cobrança sobre os procedimentos ambulatoriais, de 30% em consultas e 10% sobre exames e terapias para empregados. Internações não terão incidência de compartilhamento. Para os beneficiários pai e mãe, ideia é que o valor de mensalidade seja escalonado, durante 10 anos. Os Correios financiariam o plano, no primeiro ano, na proporção de 90%. Anualmente, a taxa de financiamento dos empregados aumentaria na proporção de 10 pontos percentuais.

A presidente da Associação dos Profissionais dos Correios (Adcap), Maria Inês Capelli Fulginiti, explicou que os funcionários da estatal são obrigados a cobrir todos os rombos existentes sem que os gestores da empresa tomem medidas para reduzir custos. Ela relembrou que já são descontados dos contracheques valores que correspondem a 17,92% do valor do benefício para cobrir metade do deficit atuarial de R$ 4 bilhões registrado em 2013 e 2014 pelo Postalis, o fundo de pensão da estatal.

Um novo equacionamento será implementado para cobrir o rombo de 2015 e devem ser cobrados mais 2,8% de contribuições adicionais. ;Não nos resta outra possibilidade se não ingressar na Justiça contra essa gestão autoritária. Não há espaço para negociação ou debate, então vamos procurar judicializar as questões;, disse.

Gratificações

[SAIBAMAIS]Os cortes de funções, explicou a presidente Associação dos Procuradores dos Correios (Apect), Daniela Schweig Cichy, não têm sido feitos de maneira equânime e transparente. Os critérios não estão claros e as normas têm sido desrespeitadas. Segundo ela, empregados que recebem funções por mais de 10 anos têm esses valores incorporados aos salários, conforme a Súmula 372 do Tribunal Superior do Trabalho (TST). ;Eles informaram que os gestores apresentaram um novo plano de trabalho para quem perdeu as funções. Isso vai gerar um passivo trabalhista enorme e a economia pretendida não vai ocorrer;, disse.

A matéria completa está disponível , para assinantes. Para assinar, clique

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação