Economia

Empresários reagem com negatividade ao aumento do PIS-Cofins e o IOF

Entidades criticam decisão praticamente certa do governo de elevar o PIS-Cofins e o IOF, além de reverter a desoneração da folha de pagamento das empresas para cumprir a meta fiscal deste ano. Aumento da Cide estaria descartado. Medidas saem na terça-feira

Rosana Hessel
postado em 25/03/2017 07:05
Técnicos da equipe econômica dão como certo que, ao contrário do que prometia, o governo vai aumentar impostos para cobrir o rombo adicional de R$ 58,2 bilhões nas contas públicas e, desse modo, cumprir a meta fiscal de 2017, que prevê deficit primário de até R$ 139 bilhões. Os principais candidatos são o PIS-Cofins aplicado sobre combustíveis e o Imposto sobre Operação Financeira (IOF) incidente em operações de câmbio, além da reversão da desoneração da folha de pagamento de empresas feita no governo passado. O aumento na Cide sobre os combustíveis está descartado, segundo uma fonte.

Empresários já se mobilizam contra a elevação da carga tributária. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, promete atuar no Congresso para barrar a medida. ;Não concordamos com aumento de impostos. Temos que buscar soluções na redução da burocracia, na melhoria do ambiente de negócios e em medidas microeconômicas que não representem nem redução da receita tributária da União, nem aumento de receita;, disse Andrade, ontem, após encontro com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

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[SAIBAMAIS];Somos contra a elevação de tributos. Reconhecemos que o país precisa de um ajuste fiscal, senão, não vamos crescer;, acrescentou o presidente da CNI. Ele disse que admira ;o trabalho que tem sido feito pelo presidente Michel Temer e por Meirelles para retomar o crescimento;, mas afirmou que, se houver aumento de tributos, ;o país voltará a ter ;uma erosão da atividade econômica e vamos começar a perder de novo;.

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) decidiu relançar a campanha do pato amarelo e está coletando assinaturas na internet contra a elevação de impostos. O Ministério da Fazenda evitou comentar as críticas. O ministro Henrique Meirelles deve bater o martelo até terça-feira sobre as medidas para reduzir o rombo fiscal, que devem incluir ainda um corte no Orçamento.

Na avaliação do economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, o aumento de imposto será inevitável, principalmente porque o quadro fiscal é pior do que o previsto pela equipe econômica. ;O deficit atual é resultado mais da queda na arrecadação ; iniciada em 2014 com as desonerações fiscais e agravada pelo recuo da atividade ; do que da alta desproporcional das despesas, disse.

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