Economia

Meirelles: prioridade é restaurar equilíbrio fiscal e cumprir meta

Meirelles disse ser importante mencionar que o corte das despesas públicas por meio do contingenciamento "é muito forte e pesado, que mostra a disposição que temos de controlar despesas e não fazer aumentos generalizados de tributos"

Agência Estado
postado em 30/03/2017 12:46
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reafirmou nesta quinta-feira (30/3), ao chegar para a audiência pública na Comissão Especial da Reforma da Previdência, na Câmara dos Deputados, que a prioridade do governo é a restauração do equilíbrio fiscal e o cumprimento da meta em 2017 e avaliou que as desonerações dadas nos últimos anos não levaram à recuperação e ao crescimento da economia. "Muito pelo contrário, a economia entrou em recessão muito séria, inclusive por incertezas de ordem fiscal. Portanto, a prioridade absoluta agora é restauração do equilíbrio fiscal e cumprir a meta estabelecida de resultado primário para 2017", disse.

Meirelles disse ser importante mencionar que o corte das despesas públicas por meio do contingenciamento "é muito forte e pesado, que mostra a disposição que temos de, de fato, controlar as despesas e não fazer aumentos generalizados de tributos para que o contribuinte não pague a conta", disse. Segundo o ministro, a conta será de fato paga pela própria máquina pública, "que está tendo corte profundo", e também por segmentos empresariais "que não mostraram o resultado necessário e esperado pela administração pública", resumiu.

O ministro reafirmou que a economia voltará a crescer com o governo cumprindo a meta fiscal, restaurando-se, "como já está acontecendo", a confiança nas contas públicas. "Isso faz com que os juros possam responder a uma queda da inflação e, portanto, a economia passar a crescer com inflação mais baixa. Isso vai levar a um aumento da demanda e esses setores possam crescer de forma saudável e não através de distorções tributárias."

Meirelles afirmou ainda que os empregos estão se recuperando e vão seguir em crescimento neste ano devido à recuperação da demanda dos consumidores por esses produtos e com as empresas já começando a recompor estoques e comprar mais, "porque o importante é que restaura-se a confiança na dívida pública e nas despesas do governo".

Retomada


O ministro da Fazenda disse também em sua chegada à audiência que o País está em um processo de recuperação e que setores que caíram mais fortemente nos últimos dois anos, "particularmente indústria", são os "que começam a recuperar com maior força, além da força da agricultura".

Segundo Meirelles, o setor do comércio funciona um pouco na velocidade do de serviços", "então essa retomada vai ser gradual", afirmou o ministro. "Ainda teremos efeito defasado de serviços, mas que começará depois a recuperar no devido tempo. Em resumo, nós mantemos uma previsão de crescimento positivo no primeiro trimestre e um crescimento no último trimestre que seja de cerca de 2,5% ou 2,7% acima do último trimestre de 2016."

Na abertura dos trabalhos, o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) e o presidente da comissão, Carlos Marun (PMDB-MS), travaram uma discussão após o parlamentar paulista pedir a leitura da ata da sessão anterior, pedido que não foi concedido pelo sul-mato-grossense.

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