Economia

CNBB, OAB e Conselho Federal de Economia criticam a reforma da Previdência

O coordenador-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, disse que é preciso garantir proteção a vulneráveis, idosos e enfermos, entre outros

postado em 20/04/2017 06:00

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Conselho Federal de Economia (Cofecon) decidiram se mobilizar contra a reforma da Previdência. Em um documento conjunto, as três entidades afirmam que as mudanças vão aumentar a desigualdade social e afetar os mais pobres. A CNBB enviou o documento a todos os bispos, com a orientação de que o posicionamento seja lido nas missas e eventos da Igreja Católica.


O presidente do Cofecon, Júlio Miragaya, afirmou que as mudanças podem quebrar a economia das pequenas e médias cidades, onde o dinheiro das aposentadorias movimenta o comércio. ;Cerca de 70% dos municípios brasileiros dependem dos valores injetados pelos benefícios da Previdência Social. Queremos uma auditoria nos dados para saber a situação e o que deve ser feito sem prejudicar a população;, disse.

O coordenador-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, disse que é preciso garantir proteção a vulneráveis, idosos, titulares de Benefício de Prestação Continuada (BPC), enfermos, acidentados, trabalhadores de baixa renda e trabalhadores rurais. A entidade pede atenção especial para as mulheres, com proteção à maternidade. ;Não estamos dizendo que não devem haver mudanças na Previdência, mas que isso deve ocorrer dialogando com a sociedade e impedindo injustiças. A reforma, como está sendo proposta, não é boa em nenhum sentido. A sociedade precisa saber como funciona tudo isso e o cristão tem que integrar o debate;, afirmou.

Carlos Lamachia, presidente da OAB, disse que o governo precisa apresentar dados mais claros. ;Não devemos reformar a Previdência com base na paixão, mas sim na razão. Os dados apresentados são questionados por especialistas e órgãos do setor de economia. A OAB ouviu mais de 160 entidades da sociedade civil, que destacam que não existem elementos suficientes para realizar essas mudanças. Não descartamos uma medida judicial caso o texto seja aprovado em desacordo com a lei.;

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