Economia

Governo registra redução média de 10,2% nos gastos administrativos

No entanto, despesas com serviços bancários, consultorias e diárias ficaram entre as que mais cresceram de janeiro a março, com taxas acima do previso pela emenda do teto, de 7,2%

Rosana Hessel
postado em 26/04/2017 15:54

Os gastos de custeio administrativo do governo federal encolheram 10,2% no primeiro trimestre de 2017, em comparação com o mesmo período do ano passado, passando de R$ 3,466 bilhões para R$ 3,114 bilhões, conforme dados do Ministério do Planejamento. Esse é o pior resultado para o mês desde 2010. Esses valores foram atualizados pela inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) até março.

[SAIBAMAIS]As despesas da administração federal que mais cresceram nos primeiros três meses do ano foram os serviços bancários, que dera um salto de 30,6%, passando de R$ 97,7 bilhões para R$ 127,6 bilhões. De acordo com o secretário de Orçamento Federal do Planejamento, George Soares, esse aumento é resultado ainda de pagamentos de dívidas atrasadas do ano anterior. ;Trata-se de regularização de passivo e tem essa comparação que foi regularizado o pagamento dos bancos;, destacou.

Outros gastos como locação de equipamentos, serviços de consultoria e diárias cresceram acima dos 7,2% previstos pela emenda do teto para o gasto público neste ano. Entre janeiro e março tiveram alta real de 23,4%, 20,4% e 9%, respectivamente, em relação ao mesmo período de 2016. No caso das diárias, Soares disse que esse aumento foi justificado pela mobilização das Forças Armadas nos estados onde houve rebelião em presídios e no Espírito Santo, onde houve a crise de segurança pública no início do ano.

Na contramão, os gastos com energia elétrica tiveram queda de 36,5% no trimestre, graças à mudança das bandeiras, que deixaram de ser vermelhas, no ano passado, para verde e amarela, neste ano, de acordo com secretário de Gestão, Gleisson Rubin. ;O consumo ficou próximo de 2015, que é mais próximo da média histórica;, destacou. De acordo com o secretário, o governo está dando continuidade à estratégia de fazer mudar a forma de contratação de energia, utilizando o mercado livre.

Apenas a União consume R$ 46 milhões por ano e a expectativa é de redução de 20% no valor contratado. Rubin adiantou que, na última segunda-feira, o Planejamento, via pregão eletrônico, contratou uma consultoria para fazer o diagnóstico da demanda de 34 unidades, incluindo os 19 prédios da Esplanada dos Ministérios e os anexos. ;O prazo para a conclusão dos estudos é de 30 dias e deveremos preparar a licitação para a compra de energia em cinco meses para essas unidades;, disse.


Os secretários informaram também o governo vem trabalhando em mudança na plataforma de transporte dos funcionários, abolindo frota própria e alugada para uma ferramenta piloto chamada TáxiGov. Esse serviço foi contratado por pregão eletrônico e é prestado por uma cooperativa que fornece um aplicativo que funciona como uma espécie de Uber, onde o servidor pode solicitar o táxi pela internet ou pelo celular. Seis ministérios já aderiram ao novo sistema e estão registrando economia de 53% até 65% e a ideia é que todos os órgãos migrem para a nova plataforma até dezembro, à medida que forem vencendo os contratos atuais.

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