Economia

Bolsa abre a semana em queda e dólar sobe

Ações da JBS são bombardeadas e caiam quase 20% pouco antes das 12h

Rosana Hessel
postado em 22/05/2017 12:39
Não adiantou um segundo pronunciamento do presidente Michel Temer dizendo que não renuncia para acalmar os mercados nesta segunda-feira (22/05). A Bolsa de Valores de São Paulo (BM), a nova B3, abriu em queda, com as ações do frigorífico JBS, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, que estão no centro das delações que abalaram os alicerces do governo do peemedebista Temer, que voltou a se reunir na manhã de hoje com ministros e líderes do Governo.


O Índice Bovespa, principal indicador da bolsa paulista caia 1,85% às 11h52. Os papeis do JBS puxavam a queda despencando 18,37%. A empresa confirmou que comprou dólares na véspera do vazamento da delação dos donos e a operação agora sendo investigada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A segunda maior desvalorização do Ibovespa ficou com Rumo S.A., de 11,61%. A companhia é composta por quatro concessões ferroviárias, entre elas, a América Latina Logística. O dólar comercial subia 1,26% às 11h50 e era cotado a R$ 3,30 para a venda.
E, no meio desse início tenso dos mercados, por volta das 12h, a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto divulgou atualização retroativa da agenda, com uma reunião do presidente Temer com os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Henrique Meirelles (Fazenda) e Dyogo Oliveira (Planejamento) às 10h15. Esses três ministros integram a Junta Orçamentária, que precisa divulgar hoje o relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas. O Planejamento ainda não tem previsão do horário da divulgação.
Também participaram do encontro o deputado André Moura (PSD-SE), líder do Governo no Congresso Nacional e o Secretário da Receita Federal, Jorge Rachid. E, na reunião das 11h15, estavam previstos os deputados Carlos Marun (PMDB-MS), presidente da Comissão Especial da Reforma da Previdência, e Agnaldo Ribeiro (PP-PB), líder do governo na Câmara dos Deputados. Essa semana será a prova de fogo para Temer conseguir se manter no cargo em meio às denúncias envolvendo o presidente, que recebeu Joesley Batista no Palácio do Jaburu em um encontro fora da agenda pública. De acordo com a consultoria de risco político Eurasia Group, as chances de Temer cair aumentaram e agora estão em 70% ante 20% na última prévia.

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