Economia

Juros reduzem ritmo, mas fecham em baixa, com investidor de olho na TLP

Na última hora, o dólar também se fortaleceu ante o real, zerando as perdas pouco depois das 16h, em meio a cautela com a votação da TLP e a um movimento técnico de cobertura de posições de bancos

Agência Estado
postado em 22/08/2017 17:00
Os juros futuros fecharam a sessão regular desta terça-feira (22/8) em baixa, refletindo principalmente a reação positiva do mercado à informação de que o governo vai iniciar um processo de desestatização da Eletrobras. As taxas estiveram em queda desde a abertura, mas na última hora reduziram o ritmo e se aproximaram dos ajustes anteriores, com o mercado monitorando os riscos à votação da Medida Provisória (MP) 777, que cria a Taxa de Longo Prazo (TLP), na comissão mista do Congresso.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2019 (282.695 contratos) fechou em 8,04%, de 8,07% no ajuste de segunda-feira; a taxa do DI para janeiro de 2020 (158.320 contratos) terminou em 8,87%, de 8,90% de segunda no ajuste a do DI para janeiro de 2021 (226.040 contratos) ficou em 9,49%, de 9,52%. A taxa do DI para janeiro de 2023 (50.210 contratos) fechou na máxima de 10,09%, ante 10,10%.

Na última hora, o dólar também se fortaleceu ante o real, zerando as perdas pouco depois das 16h, em meio a cautela com a votação da TLP e a um movimento técnico de cobertura de posições de bancos. Às 16h30, a moeda à vista tinha máxima de R$ 3,1698, estável ante o fechamento de segunda-feira.

A reunião da comissão mista para votar a MP começou às 15h30, já marcada pela atuação da oposição, que acionou o "kit obstrução" no primeiro minuto da sessão. A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) pediu a leitura de quatro atas de sessões anteriores e foi prontamente atendida pelo presidente do colegiado, senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que é contrário à medida do governo.

Além disso, deputados da oposição e também o senador José Serra (PSDB-SP) apresentaram votos em separado, cuja leitura é defendida pelo presidente da comissão, senador Lindbergh Farias (PT-RJ). O senador Romero Jucá (PMDB-RR) defende que os votos sejam dados como lidos. "Não vamos ser objetos de manobra regimental. Queremos garantir a votação dessa matéria ainda hoje", afirmou Jucá.

Com relação à privatização da Eletrobras, o mercado recebeu a informação de forma bastante positiva. "Foi a grande notícia do dia, boa para o risco Brasil, olhando principalmente pelo lado do ganho de eficiência, ganho de escala. Pelo lado fiscal, ainda não dá para olhar, vai depender do modelo", afirmou a economista-chefe da ARX Investimento, Solange Srour.

O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, disse que o governo pretende anunciar "o quanto antes" o modelo que será utilizado, ainda este ano. Ele estimou que o processo possa ser concluído ainda no primeiro semestre de 2018.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação