Economia

Juros longos fecham em queda firme com revelações de Rodrigo Janot

O procurador-geral da República, determinou a abertura de investigação que pode levar à rescisão do acordo de delação premiada de três dos delatores do grupo J

Agência Estado
postado em 05/09/2017 17:33
Procurador-geral da república Rodrigo Janot
Os juros futuros fecharam entre a queda e a estabilidade nesta terça-feira (5/9) refletindo o compasso de espera pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira, 6, a melhora na expectativa de avanço das reformas após a reviravolta no caso das delações de executivos da J e a perspectiva positiva para as votações previstas para esta terça no Congresso - Taxa de Longo Prazo (TLP) e mudança das metas fiscais.
Ao final da sessão regular, a taxa do contrato para janeiro de 2018 (231.660 contratos), o que melhor reflete as expectativas para a Selic até o final do ano, fechou em 7,740%, de 7,760% no ajuste de segunda-feira; a taxa do DI para janeiro de 2019 (533 315 contratos) caiu de 7,81% para 7,79%; e a do DI para janeiro de 2021 (266.705 contratos) fechou na mínima de 9,07%, de 9,20% no ajuste de segunda. A taxa do DI janeiro de 2025 (61.040 contratos) terminou em 10,01%, de 10,14%.

Os contratos de curto e médio prazos terminaram perto dos ajustes de segunda-feira. Com a aposta de corte da Selic em 1 ponto porcentual na reunião do Copom de quarta, o mercado aguarda o comunicado, que poderá dar pistas sobre a estratégia do Banco Central em relação aos próximos passos do ciclo de distensão monetária que, no entender dos investidores, se aproxima do fim.

Os vencimentos longos fecharam com taxas em baixa firme. "Com a reviravolta (na delação da JBS), ficou mais fácil para a base promover votação das reformas, o Congresso fica mais pacificado para votar", disse o Carlos Eduardo Eichhorn, diretor de Gestão de Recursos da Mapfre Investimentos.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, determinou na segunda-feira a abertura de investigação que pode levar à rescisão do acordo de delação premiada de três dos delatores do grupo J.

Pouco antes do fechamento deste texto, o presidente do Senado, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), abriu discussão sobre a Medida Provisória 777, que cria a TLP. No período da noite, haverá apreciação dos destaques do projeto de lei que altera as metas fiscais de 2017 e 2018, em sessão conjunta da Câmara e do Senado.

Janot afirmou em entrevista que a conversa entre os delatores revelou indícios de "crimes gravíssimos" envolvendo Marcelo Miller, ex-procurador que foi auxiliar do procurador-geral e atuou no grupo de trabalho da Lava Jato em Brasília de maio de 2015 a julho de 2016.

Os fatores domésticos minimizaram o contágio da aversão ao risco que predominou no exterior, que derrubou as ações em Nova York e o rendimento dos Treasuries. A taxa da T-note de dez anos, às 16h40, recuava cerca de 10 pontos em relação ao dia anterior, para 2,068%.

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