Economia

Com seca, governo avalia necessidade de importar energia de outros países

Outras ações em análise são a adoção de medidas de incentivo ao uso racional de energia e o aumento dos limites de transferência de energia entre as regiões do País

Agência Estado
postado em 06/09/2017 16:12
O governo cogita aumentar o volume de importação de energia de países vizinhos como Argentina e Uruguai. O motivo é a previsão de chuvas para os próximos meses na região Centro-Oeste, que deve ficar abaixo da média histórica. As principais bacias hidrográficas do País se concentram nessa região e abastecem os reservatórios de diversas usinas hidrelétricas.


[SAIBAMAIS]Outras ações em análise são a adoção de medidas de incentivo ao uso racional de energia e o aumento dos limites de transferência de energia entre as regiões do País. O Ministério de Minas e Energia, no entanto, reitera que o abastecimento está garantido, ainda que seja necessário acionar usinas que gerem energia mais cara.

Em nota divulgada pelo ministério nesta quarta-feira, 6, o governo reiterou que a importação, se realizada, será feita a "preços competitivos". A decisão será tomada em duas semanas, em reunião extraordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), órgão presidido pelo MME.

Se a medida for aprovada, o volume de energia importada será definido semanalmente pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), com base na oferta e no preço declarados pela Eletrobras

"A importação de energia só ocorrerá se o preço da energia ofertada pela Eletrobras, agente responsável pela importação, for menor que o custo marginal de operação (CMO), ou seja, se a energia a ser importada estiver mais barata que a energia disponível no Sistema Interligado Nacional (SIN), buscando sempre obter modicidade tarifária", informou o MME.


Na nota, o MME ressalta a possibilidade de atraso no início do próximo período chuvoso, que normalmente ocorre em novembro, em razão da previsão de chuvas abaixo da média no Centro-Oeste. Além disso, as chuvas na Região Sul também estão inferiores à média, o que levou à necessidade de transferência de energia advinda das regiões Sudeste e Centro-Oeste.

Risco


De acordo com o governo, o risco de desabastecimento de energia neste ano é de 0,1% para o Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. Em agosto, as chuvas ficaram abaixo da média histórica em todas as regiões. No Sudeste/Centro-Oeste, ficaram em 86% da média histórica; no Norte, em 58%; no Sul, em 51%; e no Nordeste, 31%.

Com isso, o nível dos reservatórios no fim do mês passado atingiu 56,7% no Sul, 51,5% no Norte, 32,5% no Sudeste/Centro-Oeste e 12,5% no Nordeste.

A previsão para o fim de setembro é que o nível dos reservatórios atinja 51,1% de sua capacidade no Sul, 36,6% no Norte, 27% no Sudeste/Centro-Oeste e 8,5% no Nordeste.

No mês passado, 265 megawatts (MW) de energia foram adicionados ao sistema elétrico, além de 438 quilômetros de linhas de extensão. De janeiro a agosto, a energia adicionada soma 3,989 mil MW, além de 1.577 km de linhas de transmissão.

Nordeste

Com a continuidade da seca na região Nordeste, as usinas hidrelétricas de Sobradinho e Xingó reduziram a vazão a 550 e 580 metros cúbicos por segundo, respectivamente.

De acordo com o CMSE, as usinas de Três Marias, Sobradinho e Itaparica estão com um nível de armazenamento próximo dos piores cenários da história. No fim de novembro, a previsão é que Três Marias registre 5% de armazenamento de volume útil e, para Sobradinho, a estimativa é de 1,2%.

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