Economia

Produtos mais caros podem anular economia feita com promoções em mercados

Consumidor precisa ficar atento para evitar produtos que estão caros; contrafilé, tomate e peito de frango subiram na semana

Andressa Paulino*
postado em 09/09/2017 08:00

Eleonor Dias diz que sempre busca substituir itens com valor mais alto

Alguns produtos da mesa do brasileiro aumentaram de preço. Itens como contrafilé, tomate, peito de frango e mamão estão mais caros do que na semana passada nos supermercados. O encarecimento gera desconforto no consumidor. Muitos afirmam que as altas acabam anulando os descontos oferecidos por produtos em promoção.

O contrafilé está 30% mais caro, em média, em relação à semana anterior. A carne, que podia ser comprada por menos de R$ 20, está com preços que vão de R$ 24 a R$ 39. Já o tomate, que tinha dado uma trégua para o bolso do brasiliense, aumentou em todos os estabelecimentos pesquisados pelo Correio. No local que vende mais barato, o produto custa R$ 3 o quilo. Antes, o consumidor encontrava a fruta por até R$ 1,99. O peito de frango está 20% mais caro em alguns mercados pesquisados, e o mamão, que antes era comprado por até R$ 1,99, agora não sai por menos de R$ 2,99. Em alguns locais, o aumento chegou a 100%.

Tabela comparativa de supermercados


Para o consumidor que busca economizar, as promoções feitas pelos mercados, muitas vezes, não trazem grandes alterações no fim das contas, já que o desconto em um produto pode ser compensado por aumento em outro. Para a professora Eleonor Dias, 46 anos, a solução é levar para casa só os itens mais baratos. ;Se eu percebo que um produto da minha lista está mais caro que o normal, não levo ou procuro substituí-lo. Se o mamão está custando muito, eu olho o preço da manga, por exemplo;, explicou.

Uma alternativa é pesquisar em vários mercados. Foi a saída encontrada pela servidora pública Elzimar Ulisses, 53 anos. ;Eles colocam alguns itens com promoções muito boas e outros com preços muito altos. Eu costumo levar os que estão em conta e, se precisar dos que estão caros no mercado, vou a outro estabelecimento;, disse.

De acordo com a funcionária pública aposentada Ana Maria de Andrade, 58 anos, mesmo com alguns itens mais caros, os preços estão razoáveis em comparação a períodos mais críticos. ;Eu percebo elevação de preços em alguns itens, mas, comparado ao que já pagamos, está tudo bem mais em conta. Já pagamos preços absurdos;, argumentou.

Para a educadora financeira Cíntia Senna, é importante ter planejamento, até para levar as promoções. Segundo ela, existem produtos não perecíveis que vale a pena comprar em maior quantidade, quando estão com preços mais acessíveis. Assim, quando o valor subir, o consumidor ainda vai ter estoque em casa. Mas, para isso, é importante sempre olhar o que se tem na despensa e na geladeira.

Quanto às frutas, legumes e verduras, a especialista ressalta que é preciso ter cuidado com o desperdício e afirma que vale usar a criatividade na hora das compras. ;A pessoa tem que aprender a levar só o necessário para o consumo. Assim, quando for comprar o produto em promoção, ele não vai parar no lixo. Outra dica é usar a substituição. Se um produto está muito caro, vale a pena levar outro da estação, com preço melhor;, afirmou.

Gastos

Os itens das compras de casa são os que mais consomem a renda do brasileiro, podendo chegar a até 40% do salário. E os gastos podem se estender, já que muitos não têm controle na hora de ir ao mercado. ;Não temos como deixar de consumir esses produtos. Por serem compras rotineiras, muitas vezes, acabamos levando o que não é necessário, de forma automática;, explicou a educadora financeira.

Por isso, é importante colocar tudo na lista e até apelar para o uso da calculadora durante a compra. ;Assim, o consumidor evita surpresas na hora de pagar e economiza comprando o que realmente é necessário;, finalizou Cíntia.

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