Economia

Seu bolso: Ideia de bazar volta a fazer sucesso como forma de economia

É possível achar pechinchas em bazares, ou lucrar com algo que não serve

Marlla Sabino - Especial para o Correio
postado em 24/09/2017 07:50
É possível achar pechinchas em bazares, ou lucrar com algo que não serve
Deixar o preconceito de lado e comprar peças de segunda-mão pode garantir um armário recheado de roupas novas, sem esvaziar o bolso. A ideia de bazar é antiga e simples: basta juntar uma porção de coisas usadas, em bom estado, e colocar à venda. Além da variedade de produtos e roupas, o preço baixo é uma das características que garantem o sucesso desse tipo de comércio. Pode, ainda, ser uma opção para desencalhar peças do armário e garantir um dinheiro extra.

A primeira coisa a pensar, antes de qualquer compra, é se a motivação é um desejo momentâneo ou se é uma necessidade, alerta Adriano Severo, especialista em educação financeira e professor pela Fundação Universidade Empresa de Tecnologia e Ciências (Fundatec). ;Levar algo pra casa sem utilidade clara, mesmo que por um preço mais baixo do que o produto novo custaria, não é economizar. Só ganha quem paga menos por algo que já precisaria de qualquer forma;, explica.

Marcela Kawauti, economista-chefe do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), recomenda que, antes de sair de casa ou negociar qualquer compra, a pessoa planeje quanto pode gastar. ;Leve o dinheiro contado, e nunca deixe de pedir desconto. Os vendedores já estão dispostos a vender mais barato, ainda mais se o comprador pagar à vista;, ressalta.

Saber o que comprar também é importante. Faça uma listinha do que está precisando no armário e tenha foco. ;Vale investir em tons neutros, que possibilitem combinações com peças que já estão no guarda-roupa. Assim, o item adicional poderá ser usado mais vezes;, aconselha a consultora de imagem e estilo, Pri Barison.

Peças com história


Muitos podem pensar que bazar é lugar de traças e produtos em mau estado. Ao contrário, é uma excelente opção para a compra de roupas, bijuterias, bolsas, calçados e acessórios pessoais, garante Sabrina Silvian, consultora e coach de imagem pessoal. ;São lugares em que encontramos peças com história, alma e qualidade. É possível encontrar opções antigas e clássicas às descoladas por um preço melhor, com qualidade em caimento, acabamento e durabilidade;, afirma.

Além de pensar no preço do produto, é preciso observar a qualidade. Os especialistas recomendam chegar cedo para aproveitar o que de melhor estiver disponível, com tempo de sobra para conferir as peças. ;Tem que procurar bastante, frequentar o lugar e sempre analisar as opções disponíveis;, ensina Pri Barison. ;Veja se aquela peça compõe com pelo menos três itens do seu armário. Senão, existe um risco de não usar muito;, ensina. A especialista recomenda que a pessoa não vá com fome nem com outro compromisso em horário próximo, para a pressa não atrapalhar.

Sabrina acrescenta que brechós são normalmente reabastecidos uma vez por semana, após triagem das peças e limpeza, assim é bom fazer amizade e manter contato com os funcionários para se programar para a visita. ;Vá vestida de forma prática e confortável, uma vez que você deverá experimentar algumas coisas, e analise o preço da peça de acordo com a qualidade. Aqui entra a questão de saber reparar se o acabamento está impecável, se os botões e os detalhes estão em perfeito estado;, destaca.

Marcela explica que é necessário checar na roupa se não há manchas, rasgos e furinhos. ;Olhe as costuras, os bolsos, o tecido interior. Levar algo defeituoso para casa pode exigir reparos na costureira, e, assim, acabar não compensando;, comenta. A estudante de ciências biológicas Juliane Bagno Branquinho, 21 anos, é uma adepta desse estilo de consumo. ;Eu sempre gostei de ir a encontros em que as pessoas estão vendendo suas coisas. Mas hoje também uso as redes sociais;, conta. Ainda sem renda fixa, ela viu no bazar uma forma alternativa de conseguir roupas novas por preços mais acessíveis. ;Preciso me virar com o orçamento limitado para todos os gastos de lazer. Uma coisa que percebi é que roupa é muito caro. Assim, consigo comprar roupas legais e que cabem no orçamento;, conta.

A economia pode ser significativa. Na semana passada, Juliane comprou uma cinta modeladora por R$ 35. Na loja, a peça poderia custar R$ 100. ;A menina anunciou por R$ 50, mas negociei o preço e me ofereci para buscar a peça. Valeu muito a pena, pois está bem nova;, comemora. Apesar de boas experiências, nem sempre tudo dá certo. ;Já aconteceu de ver algo por foto e ser totalmente diferente do que enxerguei depois, pessoalmente. Em outra situação, não podia experimentar uma peça no local. Não percebi que não era meu tamanho: ficou muito curta. Nunca usei. Acabou ficando jogada em casa;, conta.

Dinheiro extra


Os bazares não são apenas um modo de conseguir produtos baratos. Do lado oposto, é possível ganhar transformando coisas que não são mais úteis em dinheiro. Basta desapegar-se do que não são serve mais, conseguindo também espaço livre no armário. Mesmo que não se consiga recuperar o valor integral pago pelo item, é melhor monetizá-lo do que ficar com ele tomando poeira. Para se desfazer da peça, há várias formas. Seja juntar as amigas em um grupo e compartilhar fotos, vender para um brechó ou até mesmo organizar um evento coletivo.

Se a escolha for a reunião, estabeleça regras sobre organização das peças e formas de pagamento. ;O jeito mais prático é cada um receber pela própria peça, assim não é preciso dividir a quantia no final, e cada uma sabe exatamente quanto vendeu;, explica Kawauti. Caso alguma amiga não possa comparecer no dia, é bom decidir quem receberá pelas peças dela.

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