Economia

Atuação do Brasil no comércio mundial deve crescer, prevê governo

Em termos de volume, a exportação do país deve crescer 18% em 2017, o dobro da expectativa para o comércio mundial

Alessandra Azevedo
postado em 21/11/2017 17:28
A participação do Brasil no comércio mundial deve aumentar, prevê o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). De acordo com Herlon Alves Brandão, diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação da Secretaria de Comércio Exterior da pasta, em termos de volume, a exportação do país deve crescer 18% em 2017, o dobro da expectativa para o comércio mundial. As declarações foram feitas no evento Pequenas e Médias Empresas - O Caminho para a Exportação, realizado pelo Correio, na tarde desta terça-feira (21/11).

[SAIBAMAIS]Segundo Brandão, o Brasil "continua em um processo de economia com muita incerteza, mas em recuperação;. Ele ressaltou que, até novembro, o país exportou US$ 194 bilhões, quase US$ 10 bilhões a mais que os US$ 185 bilhões de todo o ano passado. Com o auge do preço das commodities, em 2011, o país atingiu o recorde de exportação: US$ 256 bilhões. Desde então, o número cai a cada ano, o que explica a redução de US$ 71 bilhões em 2016. ;O preço do petróleo, dos minérios de ferro e dos produtos agrícolas estava baixo;, explicou Brandão.

A alta atual, diferentemente da de 2011, que foi motivada por preços, "foi tanto por volume quanto por preço" e teve influência de commodities, mas também de bens industrializados, ressaltou Brandão. ;Quanto às commodities, temos safra recorde. O Brasil se consolida como maior exportador mundial de soja. Também vamos exportar volume maior de milho, açúcar e celulose;, citou o diretor. Ele acrescentou que, embora os volumes de carne não cresçam significativamente, os preços estão favoráveis.

Brandão também pontuou que a exportação de automóveis ;aumentou para toda a América Latina e Estados Unidos;, além da alta de exportações de produtos manufaturados, movimento ;muito motivado pelas pequenas empresas, que exportam basicamente esses produtos;.
Embora tenha ressaltado que a taxa de câmbio mais alta ; o dólar, que valia R$ 1,67 em 2011, passou a valer R$ 3,20 este ano ; seja um fator de estímulo à exportação, Brandão ressaltou que não é o único. Ele lembrou que a queda da demanda interna, observada em 2015 e 2016 por conta da crise econômica, que resultou em redução do Produto Interno Bruto (PIB), também estimulou essa alta. ;A demanda externa aquecida em face à demanda interna é um dos fatores que propicia ao empresário aumentar seu interesse no mercado exterior;, disse.


Burocracia


Segundo o diretor do MDIC, hoje, 80% das operações de exportação podem ser feitas pelo Portal Único de Comércio Exterior, que congrega 22 órgãos em um só sistema informatizado. ;Processos que antigamente eram presenciais agora são tocados paralelamente. É um desafio muito grande organizar todo mundo em torno de um sistema único;, disse.

A redução da burocracia e ganho de tempo deverão trazer um aumento de 6% a 7% na corrente de comércio e ganhos da ordem de US$ 24 bilhões ao ano, segundo estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Brandão destacou o interesse do MDIC em expandir o sistema. O Portal Único, segundo ele, prevê integração com portais similares da América do Sul. ;Queremos fortalecer esses laços;, disse.

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