Economia

Para presidente da Apex, acordo entre Mercosul e UE precisa avançar

%u201CNunca vi compromisso equivalente para os dois lados%u201D, afirmou Roberto Jaguaribe

Rosana Hessel
postado em 08/12/2017 13:38

O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), o embaixador Roberto Jaguaribe.

O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), o embaixador Roberto Jaguaribe, está otimista com avanço das negociações do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia nas conversas que devem ocorrer durante o encontro ministerial da Organização Mundial de Comércio (OMC), que ocorre em Buenos Aires entre os dias 10 e 13 deste mês.

Apesar de afirmar que não tem acompanhado diretamente o processo, ele acredita que o acordo precisa avançar e, de qualquer forma, será positivo para ambas as partes. No entanto, evitou comentar muito sobre a questão de cotas de etanol e de carnes.

;Nunca vi compromisso equivalente dos dois lados. É preciso trabalhar convergências crescentes;, destacou Jaguaribe durante encontro com jornalistas nesta sexta-feira (08/12), reconhecendo que não será possível fechar uma acordo que agrade todos os envolvidos. Ele lembrou que o Brasil é o maior destino de investimentos europeus na América Latina, respondendo por 50% do total, e o segundo maior destino global, atrás apenas dos Estados Unidos. ;No fluxo inverso, ao Brasil tem quase 70% dos investimentos da América Latina na Europa, acumulando um estoque de 130 bilhões de euros. E isso coloca o país atrás apenas de Estados Unidos, Japão e Canadá;, destacou o embaixador citando dados levantados pela Apex junto com organismos europeus de estatística.

;Os grandes parceiros comerciais do Brasil sempre foram os europeus longo do tempo. E esse processo de aproximação entre Mercosul e UE é uma questão natural;, disse. Para ele, o acordo poderá ser mais benéfico para os dois blocos, mas poderá beneficiar mais a Europa para ter acesso aos países latino-americanos. No entanto, ele confessou não entender as cotas de países europeus para o etanol brasileiro, que acaba sendo uma contradição do velho continente que se diz na vanguarda para a sustentabilidade ambiental.

;Parece que o verde que conta mesmo é o dólar;, disse.

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