Economia

Meirelles: Redução de spread por bancos públicos deve estimular privados

O spread é a diferença entre as taxas que as instituições financeiras pagam para captar recursos e as que cobram do cliente final

postado em 12/12/2017 17:38

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse hoje (12/12) que os bancos públicos estão baixando o spread bancário, o que deve estimular instituições privadas a fazer o mesmo. O spread é a diferença entre as taxas que as instituições financeiras pagam para captar recursos e as que cobram do cliente final.

;Acredito que todo o sistema [bancário] vai fazer [a redução da taxa]. Certamente o que posso dizer é que os bancos públicos estão fazendo;, disse o ministro durante evento anual da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), na capital paulista.

Segundo Meirelles, o governo federal está tomando uma série de medidas que baixam a taxa de juros e permitem diminuição de risco para os bancos, o que possibilita a queda dos spreads. ;Evidentemente, através também da ação dos grandes bancos públicos nós temos condições de ir influenciando diretamente, através da competição de mercado. Certamente, não artificialmente, como já foi tentado no passado e não funcionou, mas dentro dos fundamentos;.

Meirelles afirmou que a queda do spread bancário é resultado de fatores que incluem alterações no mercado de crédito, mudanças decorrentes da estabilização da economia e a queda da taxa básica de juros, a Selic. ;Caiu a Selic da última vez, como nas outras vezes, os bancos anunciaram imediatamente a queda da taxa. Em resumo, vamos seguindo os fundamentos de maneira a que, aí sim, asseguremo-nos que as taxas de juros caiam adequadamente refletindo a melhora do fundamento, mudança no mercado de crédito e queda da taxa base de juros;, acrescentou.

Febraban


O presidente da Febraban, Murilo Portugal, disse que uma parte importante da agenda para redução do spread é reformar e melhorar o ambiente de crédito e acrescentou que o setor bancário conta com as instituições públicas para reduzir as taxas. ;Contamos e continuaremos a contar com o apoio dos reguladores do Congresso Nacional, do Judiciário e do governo na missão de reduzir o spread bancário;.

Segundo Portugal, há dois componentes que influenciam bastante o spread bancário: os custos da intermediação financeira e o lucro dos bancos. O presidente da Febraban argumentou que a inadimplência no Brasil, integrante desses custos de intermediação, é quatro vezes maior do que a de um conjunto de 13 países que a federação leva em consideração em seus estudos. ;Entre esses componentes, os custos da intermediação financeira, a inadimplência, os custos operacionais, os custos tributários, os custos regulatórios, segundo dados do próprio Banco Central, representam 75% do spread bancário;, disse.

;Eu quero aqui reafirmar que nós da Febraban e dos bancos associados somos 100% a favor da competição e da livre iniciativa, nós apoiamos e apoiaremos qualquer medida que vise elevar a competição do setor bancário, que não seja discriminatória;, acrescentou.

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