Economia

Após último pregão, Bolsa de Valores acumula ganhos de quase 27% em 2017

O dólar fechou 2017 em R$ 3,315, muito próximo do que o mercado esperava -- R$ 3,30, segundo o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central. A alta foi de 0,07%.

Hamilton Ferrari
postado em 28/12/2017 20:30

Entre os destaques de 2017 estão a Usiminas (122%), Estácio (111%), Rumo (111%), Localiza (107%) e Bradespar (105%). No lado negativo, BRF (-24%), CSN (-23%) e CPFL Energia (-23%) desapontaram.

No último pregão do ano, a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) subiu 0,43% e fechou 2017 em 76.402 pontos. O resultado foi obtido depois de seis dias de altas consecutivas. Com isso, o Ibovespa, que é o principal indicador, teve uma valorização de 26,9% no ano, registrando o segundo consecutivo de expansão, já que em 2016 aumentou 38,9%. O último fato similar foi no biênio de 2009 e 2010.

Nas últimas seis sessões, o ganho acumulado foi de 5,08%. Foi a maior sequência de ganhos desde maio, antes do vazamento do áudio de Joesley Batista e o presidente Michel Temer. Na cotação de ontem, a Bolsa foi beneficiada com o cenário favorável para os índices norte-americanos e o melhor resultado das contas públicas de novembro.

Entre os destaques de 2017 estão a Usiminas (122%), Estácio (111%), Rumo (111%), Localiza (107%) e Bradespar (105%). No lado negativo, BRF (-24%), CSN (-23%) e CPFL Energia (-23%) desapontaram.

O dólar fechou 2017 em R$ 3,315, muito próximo do que o mercado esperava -- R$ 3,30, segundo o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central. A alta foi de 0,07%. A alta anual foi de 1,9%, após cair 17,7% em 2016.

Rogério Storelli, gestor da GGR Investimentos, disse, porém, que, apesar dos ganhos no final do ano, o patamar de 76 mil pontos está em linha com uma expectativa do mercado em relação à aprovação das reformas. ;Os dados econômicos estão melhores, mas nada que justifique este nível. Os balanços das empresas estão menos piores, com recuperação de venda e outros índice. Mas o que podemos perceber é uma força maior das perspectivas para 2018 e 2019;, avaliou.

[SAIBAMAIS]William Castro Alves, analista da Valor Gestora de Recursos, declarou que um crescimento de 26% não é nada desprezível, mas países com economias similares tiveram altas maiores em 2017. ;A Bolsa de emergentes ficaram muito melhor e nós podemos perceber que o que nos atrapalhou foi o cenário político, que prejudicou a retomada da economia. Existe um cenário econômico favorável de redução dos juros, inflação controlada e recuperação em curso. Então, o que mina a confiança é a política;, destacou.

Próximo ano

Para 2018, os analistas esperam volatilidades, mas que não devem interromper o ciclo de crescimento da Bolsa. Como é um ano eleitoral, o mercado acredita que é inevitável grandes oscilações diárias. ;Mas, particularmente, eu estou otimista. O principal driver vai ser o lucro crescente das empresas que serão favorecidas com a conjuntura de intensificação da recuperação da economia;, avaliou Alves.

Renato Nobile, CEO da Bullmark, acredita que o próximo ano terá um cenário ainda melhor, já que o contexto externo tem favorecido os países emergentes. ;A economia mundial como um todo deve ajudar. Mas, claro, ficamos dependente da reforma da Previdência Social para que as contas públicas se tornem mais sustentáveis nos próximos anos;, contou.

O mercado prevê que o dólar fique num patamar muito parecido com o atual, fechando 2018 em R$ 3,32.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação