Economia

Brasil busca liderança em exportação de alimentos e produtos nacionais

Ministério da Agricultura espera aumentar a participação brasileira nas vendas internacionais de 7% para 10% nos próximos cinco anos

Marlene Gomes - Especial para o Correio
postado em 30/12/2017 06:00
Tecnificação da agricultura brasileira é comparável a de países desenvolvidos, e isso ajudará o país  a expandir a produção de alimentos
O mundo tem uma expectativa enorme sobre a capacidade do Brasil em liderar a produção de alimentos no planeta. Em quatro décadas, o país passou de grande importador para o segundo maior exportador mundial, produzindo quatro vezes mais alimentos do que o necessário para atender a toda a população brasileira. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) quer aumentar a participação do Brasil nas exportações mundiais de alimentos de 7% para 10%, em cinco anos.
;A expectativa de órgãos multilaterais internacionais, como a Organização das Nações Unidas, é de que o Brasil siga aumentando a produção. O país tem um extenso território, é um grande produtor agrícola e tem potencial para aumentar a produção sem desmatar ou se expandir em áreas de florestas;, analisa o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Lopes.

Na corrida mundial para produção de alimentos, o Brasil larga na frente, com méritos. Com 8.515.767.049 km;, o país ocupa a quinta colocação em extensão territorial. A estimativa de área plantada é de 79 milhões de hectares ; de acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ;com enorme potencial para expansão. ;O Brasil tem tradição em agricultura tecnificada, feita com o mesmo padrão de países mais desenvolvidos;, explica Lopes. ;O país também faz bom uso de institutos de pesquisas, como a própria Embrapa, além de universidades e do setor privado, que investe bastante em tecnologia;, complementa.

Um modelo de produção que cresce no Brasil e deve prevalecer no futuro é o de sistemas integrados, que permite o uso de áreas agrícolas de forma intensiva durante todo o ano. O sistema funciona por meio do plantio em rotação, consorciação ou sucessão, mas são várias as possibilidades de combinação entre os componentes agrícola, pecuário e florestal. Isso significa que, dependendo da área e do tempo disponível, podem ocorrer diferentes sistemas integrados. A Embrapa, que desenvolveu essa solução tecnológica, enumera os sistemas integrados lavoura-pecuária-floresta (ILPF), lavoura-pecuária (ILP), silvipastoril (SSP) ou agroflorestais (SAF).

Precisão


Outra tendência para o futuro da produção de alimentos é a agricultura de precisão (AP), uma prática que utiliza a tecnologia de informação para a automação agrícola, independentemente da cultura plantada. Nesse processo, solo, manejo, adubos, agrotóxicos, doenças e variáveis climáticas, entre outros itens, são analisados por meio de aparelhos com sensores. A aplicação do conceito gera dados do desempenho de máquinas, informações sobre manejo, mapas e uma variedade de informações que permitem a rastreabilidade da produção, a qualidade dos produtos e a tomada de decisões. Defensivos agrícolas ou insumos, por exemplo, são aplicados no solo, de acordo com a necessidade específica da produção. Os fundamentos da agricultura de precisão são tecnologia, planejamento e gerenciamento.

Na pecuária, a sustentabilidade ambiental na produção de carnes bovinas poderá ser atestada, brevemente, por meio de uma certificação, com a marca Carne Carbono Neutro (CCN), um novo conceito para a carne sustentável. O selo será um diferencial comprovando o uso da integração da pecuária com a floresta na criação de bovinos para compensação das emissões de metano entérico, um gás de efeito estufa. A marca foi lançada pela Embrapa no ano passado e já está devidamente registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), mas a implantação da certificação ainda depende de negociações da empresa com setores público e privado. ;Cada vez mais vai prevalecer a agricultura sustentável, de forma segura, de baixa emissão de carbono, e que preserva os recursos naturais do país. Com isso o Brasil passa a liderar a certificação de alimentos de baixo impacto para o meio ambiente;, analisa o presidente da Embrapa.


Ranking

Maiores exportadores mundiais de alimentos

1; ; Estados Unidos
2; ; Brasil
3; ; China
4; ; Canadá
5; ; Argentina

Fonte: Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO)

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