Economia

Marun admite que não tem votos suficientes para a reforma da Previdência

O ministro afirma que na votação do dia 19 de fevereiro, terá os votos necessários para aprovação

postado em 16/01/2018 16:52

Como a reforma é por meio de uma proposta de emenda à Constituição, são necessários pelo menos 308 votos favoráveis entre os 513 deputados, em dois turnos.
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, admitiu nesta terça-feira (16/1) que o governo ainda não tem os votos garantidos para a aprovar a reforma da Previdência. ;Não temos o suficiente, teremos em 19 de fevereiro;, disse. O ministro almoçou com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, a convite da entidade. O almoço contou com a participação de diretores da entidade e presidentes de associações e de sindicatos, e foi mais uma oportunidade no convencimento para a aprovação da reforma da Previdência.

A proposta da reforma da Previdência aguarda análise do plenário da Câmara dos Deputados desde maio do ano passado. Como a reforma é por meio de uma proposta de emenda à Constituição, são necessários pelo menos 308 votos favoráveis entre os 513 deputados, em dois turnos. A votação da PEC em plenário está marcada para 19 de fevereiro.

Apesar do recesso da Câmara, Marun continua no trabalho de conquista de votos. ;Estamos avançando na conquista de votos, não estamos preocupados no momento com a contagem de votos. A chegada dos parlamentares [em Brasília] em grande número deve acontecer ao fim do recesso e nesse momento nós efetuaremos uma contagem mais efetiva. Eu posso garantir que vivemos hoje um momento muito melhor do que vivíamos antes do recesso parlamentar;, reafirmou o que disse aos jornalistas segunda-feira (15/1), em Brasília.

Para o ministro, o importante agora é manter o diálogo com as diversas lideranças. ;O setor empresarial está perfeitamente convencido dessa necessidade [aprovação das reformas];.

Quanto aos encontros do presidente Michel Temer com lideranças religiosas, ele disse que o governo conversa com quem queira dialogar. ;Estamos conversando com lideranças de todo o país, reconhecemos o peso das lideranças evangélicas, como das lideranças religiosas, ou seja, estamos dialogando com aqueles que querem dialogar;.

Na quinta-feira (18/1), Marun se reúne com empresários da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), em Belo Horizonte.

O presidente da Fiesp, Paulo Skap, disse que confia na aprovação da reforma da Previdência. ;O que conversamos durante ao almoço foi um projeto de país. Para o Brasil é importante que aconteça a reforma da Previdência e para isso tem que haver a sensibilidade dos deputados no sentido de votarem a favor;, disse.


Rodrigo Maia


Para Marun, a falta de otimismo declarada nesta terça-feira (16/1) pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, se dá pelo fato de ele estar fora do país. ;O presidente [da Câmara] Rodrigo [Maia], que é um dos baluartes desse processo de aprovação, talvez porque tenha se ausentado do país não esteja com as informações suficientes que nós temos. Assim que acontecer o seu retorno, eu tenho certeza que o seu otimismo retornará, até porque esse otimismo é necessários para que sejamos vitoriosos nessa luta em prol do Brasil;.

Marun admitiu que a proximidade com as eleições pode ser um impeditivo, mas o que o preocupa mesmo é que alguém se eleja mentindo para os eleitores. ;Minha preocupação em relação às eleições é que alguém se eleja mentindo para população, dizendo que a reforma não é necessária, sendo que em 2019 ou 2020 será necessária;, disse.

O ministro informou que as estratégias continuam sendo o diálogo permanente com parlamentares, o esclarecimento da sociedade e que não há alternativa à votação. ;Não temos plano B, o plano é colocar em votação, até porque nós sabemos que a reforma deve ser aprovada até março, talvez a questão eleitoral se torne a protagonista das discussões;.

Cristiane Brasil


Questionado se o governo já pensa em outro nome para o Ministério do Trabalho, Marun disse que o governo vai insistir no nome da deputada Cristiane Brasil. ;O governo tem a decisão tomada de continuar buscando na Justiça o que é juridicamente correto, que é a posse da ministra nomeada;.

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