Economia

Donald Trump confirma sobretaxa em aço e alumínio importados

Os motivos alegados pelo presidente Donald Trump foram segurança nacional e proteção das industrias norte-americanas

Anna Russi*
postado em 08/03/2018 18:31
Os motivos alegados pelo presidente Donald Trump foram segurança nacional e proteção das industrias norte-americanas
O presidente norte-americano, Donald Trump, se reuniu, nesta quinta-feira (8/3), com representantes americanos das indústrias de aço e alumínio. Trump optou por sobretaxar as importações de aço, 25%, e alumínio, 10%. As únicas isenções foram Canadá e México, condicionados à revisão do acordo do NAFTA, bloco econômico que envolve os três países. Trump alegou que a medida protegerá as indústrias americanas e serve como segurança nacional para a economia. "Queremos ser justos e que nossos trabalhadores sejam protegidos. Caso vocês queiram fugir das tarifas tragam suas empresas para cá, nenhum produto americano será sobretaxado", afirmou Trump.

[SAIBAMAIS] As medidas protecionistas do governo Trump têm tido grande repercussão mundo afora. O Banco Mundial pediu prudência. Nesta tarde, a Kristalina Georgieva, diretora do banco, advertiu Donald Trump contra uma guerra comercial, e sugeriu que ele avaliasse cuidadosamente as consequências de sua decisão, de taxar as importações de aço e alumínio. "Se você toma uma decisão, deve avaliar as consequências e depois informar sobre essas consequências", declarou durante coletiva em Bruxelas.

O vice-presidente da Comissão Europeia, Jyrki Katainen, afirmou que as guerras comerciais não têm vencedor. Ela lembrou dos empregos perdidos nos EUA quando o presidente George W. Bush impôs impostos sobre as importações de aço. "Quando o comércio encolhe, tem consequências para as pessoas mais pobres nos países mais ricos;, alertou. Segundo ela, é preocupante o presidente norte-americano tentar resolver o deficit comercial do país, erguendo barreiras alfandegárias. "A história mostra que esse remédio não funciona", completou.

Como reação ao protecionismo de Trump, a China ameaça adotar duras represálias, enquanto seu comércio prossegue com exportações em alta e com superávit colossal com os Estados Unidos. "Sem dúvida, uma resposta apropriada e necessária", disse o ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, diante de possíveis sanções comerciais americanas. A China não seria fortemente afetada pelas medidas, já que fornece uma parcela mínima das importações americanas de aço e alumínio. No entanto, o país teme efeito bola de neve, já que Washington multiplica as investigações e direitos antidumping contra Pequim em vários setores.

Para Trump, há um desequilíbrio do comércio bilateral. Na quarta-feira, o presidente afirmou que Washington solicitou à China uma redução de um bilhão de dólares em seu grande superávit comercial. Os dados de Pequim mostram que o superávit da China com os Estados Unidos registrou leve queda em fevereiro, a US$ 21 bilhões contra US$ 21,9 bilhões em janeiro. Ainda assim, o valor continua mais que o dobro do registrado em fevereiro do ano passado. Nos dois primeiros meses de 2018, foi 35% superior ao mesmo período de 2017. Segundo Pequim, o excedente atingiu US$ 275,8 bilhões mas de acordo com Washington foi de US$ 375,2 bilhão.

A União Europeia alertou Donald Trump sobre isentar algum país de tarifas de importação. Se referindo ao Reino Unido, que se prepara para abandonar o bloco 29 de março de 2019, Katainen disse ;Se tentarem fazer um isenção para um de nossos Estados membro, significa a UE em seu conjunto;. Apesar de reforçar a intenção de evitar uma guerra comercial, a UE apresentou um plano de resposta que influi tarifas de importação a produtos emblemáticos dos EUA, a adoção de medidas de salvaguarda e um processo na Organização Mundial do Comércio (OMC).
*Estagiária sob supervisão de Anderson Costolli

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