Economia

Brasil aguarda resposta dos EUA sobre diálogo em torno de sobretaxas ao aço

O governo brasileiro quer saber quais são os critérios para aplicação ou exclusão de produtos da lista sobre a qual incidirá a sobretaxa

Agência Estado
postado em 14/03/2018 12:48
Brasil vai reiterar que as exportações brasileiras de aço para aquele mercado não representam ameaça à segurança nacional
O Brasil aguarda resposta dos Estados Unidos sobre a abertura de um diálogo em torno das sobretaxas de 25% às importações de aço e de 10% às de alumínio. O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, enviou nesta semana uma carta ao representante de Comércio dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, colocando-se à disposição para falar sobre o tema. O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge, enviou carta ao secretário de Comércio, Wilbur Ross, com o mesmo propósito.

[SAIBAMAIS]O governo brasileiro quer saber quais são os critérios para aplicação ou exclusão de produtos da lista sobre a qual incidirá a sobretaxa. Quer também reiterar que as exportações brasileiras de aço para aquele mercado não representam ameaça à segurança nacional, uma vez que 80% dos embarques são de produtos semiacabados que são processados por indústrias americanas. O Brasil, além disso, importa carvão americano para suas siderúrgicas, de forma que as indústrias são complementares.

O diálogo governo a governo e as negociações do setor privado com a administração de Donald Trump para a exclusão de produtos são as apostas mais firmes do Brasil para ficar livre da sobretaxa, que poderá provocar perdas da ordem de US$ 2,6 bilhões ao comércio. Fontes próximas à negociação classificam de "especulação" as informações que itens como a associação entre Boeing e Embraer, as importações de etanol e trigo e o acordo de céus abertos poderiam integrar as negociações.

Se essas duas vias não derem resultado, o caminho será recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) para questionar a medida norte-americana. Um possível ponto a ser atacado é o argumento da segurança nacional. A tese se enfraquece à medida que os EUA partem para negociações comerciais país a país para decidir quais fornecedores pagarão a sobretaxa para ingressar em seu mercado.

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